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DOFF 2025 – Uma reflexão sobre o evento, o Hobby e a Indústria de Jogos

10 Anos de Doff, de Covil e 5 anos desse que vos fala nessa indústria vital

Eduardo Vieira por Eduardo Vieira
3 meses atrás
em Blog Nórdico, Board Games, Fora da Caixa
Reading Time: 9 mins read
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DOFF 2025 – Uma reflexão sobre o evento, o Hobby e a Indústria de Jogos
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DOFF 2025 - Aniversario Retrô e Novo Local - Movimento RPG

Ao voltar do DOFF após 3 cansativos dias de atividade (não ouso dizer ˜trabalho˜, embora estivesse com um crachá de “Influencer”) eu fiquei matutando se, afinal de contas, eu tinha ou não gostado do evento.

“Não vou dizer que foi ruim”

Algumas coisas foram muito boas: o dia de negócios e da imprensa foi realmente uma ótima decisão. Para os profissionais do ramo a feira é, de fato, um momento de encontrar as pessoas e colocar em dia conversas e ideias que gerem novos negócios. Isso é impossível de ser feito com milhares de pessoas em volta. Com esse dia restrito todos podem conversar com mais calma, o pessoal da geração de conteúdo pode trabalhar com liberdade e espaço, tendo os monitores disponíveis para demonstrar um jogo sem ter que esperar em fila. Faz todo o sentido do mundo e espero que seja mantido.

Outra coisa boa é que teve mais espaço do que o ano passado, que chegava a estar claustrofóbico. As ruas entre os stands estavam mais largas, havia banheiros sem fila e a relativa proximidade com o Shopping Center compensou a parca e cara logística alimentícia. A mudança para o Expo Center Norte me parece muito positiva.

Os stands das empresas também estavam bem bonitos e mais funcionais do que nos anos anteriores sendo o da Grok o destaque, com a loja separada do stand e muitas mesas disponíveis para jogo. Houve algumas filas para comprar jogos, mas nada absurdo como tivemos no ano passado.

E naquelas partes que representam nichos do hobby do qual eu não participo, como RPG e Pintura de Miniaturas, a coisa parecia bastante animada. Tudo estava cheio. Acredito que a maioria das editoras teve o retorno esperado do evento e acredito que todos estaremos ali no próximo ano para mais um DOFF.

“Também não foi tão bom assim”

Sendo assim, porque eu fiquei com certo gosto amargo na boca? Algo se perdeu nesses 7 anos desde que  descobri os jogos modernos e que participo dessa conferência que, para o bem e para o mal, é um  espelho do hobby e da indústria de jogos de tabuleiro modernos no Brasil.

Teria sido o problema do credenciamento? Como eu tive credencial de influencer e cheguei na sexta-feira, não precisei encara as filas de até 3 horas para entrar no evento, como muita gente precisou. Ainda assim, tendo chegado na sexta-feira as 14:10 no local do evento, encontrei uma fila de umas vinte pessoas que, como eu, estavam sendo credenciadas como Imprensa ou Influencers. Essa fila demorou uns 40 minutos.

Você é convidado para participar do evento e falar sobre ele (de preferência, falar bem) e, de cara, te botam numa fila que não anda.

Pois bem, no sábado, com a abertura para o público geral e muita gente chegando ao mesmo tempo, o caldo entornou. A direção do evento tomou algumas ações, inclusive deixou o evento aberto uma hora a mais do que o programado, mas houve um estrago. As pessoas vem para se divertir e não para se aborrecerem.

Sinceramente, eu não consigo entender qual era a dificuldade em checar a identidade e entregar um crachá (cuja qualidade melhorou bastante em relação aos anos anteriores) e uma pulseira que não poderia ser perdida em hipótese alguma. Eu vou a muitos corporativos e tipicamente o credenciamento é feito instantaneamente.

Outro problema era a relativa falta de mesas.

Não é que não tinham mesas. Alguns stands, como a Grok, MeepleBR e até a Devir, tinham uma quantidade boa de mesas. Pode até ser que tenham tido mais mesas que no ano passado. O problema é que a razão entre publico presente e quantidade de mesas vem diminuindo consideravelmente ao longo dos anos. Ou pelo menos, assim me parece.

Quando eu comecei a ir no DOFF, ainda no Rio de Janeiro, a gente chegava em um stand e o monitor nos convidava para sentar e jogar. Agora, isso é impossível. Você precisa ficar guardando caixão ao lado de quem está jogando, quase constrangendo quem está sentado com aquela cara de cachorro pidão “termina isso aí, eu quero jogar também”. Isso é muito desanimador.

Esse sentimento de não ter espaço para jogar foi pior esse ano porque havia um pedaço ENORME do pavilhão não utilizado. Aos poucos, as pessoas, cansadas de andar e ficar em filas, começaram a se espalhar por esse espaço e a sentar no chão. Será que seria tão caro colocar mesas livres ali? Ouvi dizer que o espaço não foi contratado e que por isso ele estava vazio, que o ar condicionado nem estaria ligado por ali. Não sei, não conheço os custos, mas me parece uma economia porca e uma certa falta de cuidado com o público que vem ao evento e não tem onde curtir o que comprou na feira, uma vez que nem todo mundo mora em São Paulo.

Tem também a questão dos preços. Passagem e hotéis são caros, o ingresso é caro, o táxi para ir do centro até o Expo Center Norte é caro, o estacionamento é caro, a comida é absurdamente cara dentro do evento e, finalmente, os jogos são vendidos a preço de lançamento com poucas editoras fazendo promoções de fato.

OK, São Paulo é uma cidade cara e disso todos sabemos e, se queremos ir ao evento, temos que estar preparados. Porem, seria legal entregar um maior valor agregado a quem esta comprando ingresso ao invés de deixar esta pessoa sair com aquela impressão de que está sendo explorada.

Talvez o evento seja ainda seja muito legal para quem mora em São Paulo, vá em grupo, fique algumas horas ali, pegue o que comprou e vá para casa ou uma luderia jogar. Talvez faça muito sentido para quem gosta de cosplay, joga RPG ou faz pintura de miniaturas, porque essas pessoas têm, de fato, outras experiências a curtir.

Para um jogador que tem como prioridade os jogos estratégicos, que vem de outro estado, sem grupo, para passar os dois dias na conferência com a intenção de jogar, o evento está perdendo o sentido.

Eu nem acho que seja culpa da organização ou das editoras em si. A culpa é do famoso “mercado”.

O tal mercado

Livre mercado: o que é, vantagens, desvantagens - Brasil Escola

Em primeiro lugar, eu mudei muito nesses sete anos em que comecei a jogar tabuleiro (e cinco que comecei a escrever).

Quando começamos, tudo é festa, qualquer jogo parece ser bom e você senta em qualquer mesa para jogar qualquer coisa. Sete anos depois, isso não é mais verdade. A grande maioria dos jogos que está em catálogo cai em duas categorias: ou eu já joguei ou não me interessa.

Em segundo lugar, o mercado de jogos cresceu e, para dar conta desse crescimento, as editoras vem buscando jogos de apelo mais popular. Jogos mais simples, com poucas regras, tempo mais curto e mais baratos.

Como vimos na lista que eu fiz antes do evento, a grande maioria dos lançamentos eram carteados. Com efeito, haviam pouquíssimas mesas de jogos maiores no evento e essas eram disputadas a tapa.

Eu só joguei jogos curtos. Dos que não conhecia, posso citar o Safra Ideal, da Grok (que esgotou), o Pina Coladice da Devir e Dandelion, da Ludofun. Todos esses são jogos interessantes e valem uma olhada.

Como venho dizendo em algumas colunas, está havendo uma divisão no mercado. As editoras estão buscando o filão mais casual/familiar/carteado e os jogos estratégicos estão ficando cada vez mais nichados.

A Mosaico ainda traz muita coisa, mas muitas vezes nem traduz. A Devir trouxe o SETI, mas ele esgotou antes da feira, apenas nos pedidos das lojas. Isso é sinal que a tirageM foi baixa. E, se essa tendência da Amazon de trazer jogos importados a preço de custo não for uma mera queima de estoque, a situação vai piorar. Eu temo que passemos a ter cada vez menos jogos estratégicos localizados para o português.

A cena de jogos estratégicos no Brasil está cada vez está ficando mais parecida com a cena de board game do Rio de Janeiro. O pessoal que curte jogos aqui tem uma média de idade mais alta, com um poder aquisitivo um pouco maior, a grande maioria tem um bom inglês e importa muito jogo. Esse é um dos motivos porque as lojas daqui tem mais dificuldade que as de outras cidades se manter: quando um jogo novo sai, boa parte dos potenciais compradores já o trouxeram de fora. É o que periga acontecer se a importação a preços competitivos vier pra ficar.

Não me entendam mal, é importante que o hobby cresça e que as empresas tenham lucro suficiente para, entre outras coisas, poder investir em jogos estratégicos. Porem, apesar de ter crescido muito, o hobby não cresceu o suficiente para que tenhamos preços de mercado de massa e com isso vender o suficiente para termos um nicho de jogos médio e pesados mais saudável.

O DOFF atual é um espelho disso. Ele se tornou uma feira lotada e focada e jogos menores porque é isso o que vende, mas que não tem mais muito espaço para quem vem pra conhecer jogos mais complexos.

Não é a feira nem as editoras que estão errados, eles atendem o que o mercado quer. Eu é que sou o dinossauro em um mundo que mudou além da minha capacidade de me adaptar a ele.

Apesar dos problemas, o DOFF segue sendo o principal evento do mercado de jogos brasileiro e as coisas, como um todo melhoram, mas a “passos de formiga e sem vontade”! Ano que vem estaremos aqui de novo!

Prêmio Ludopedia e o Segredo do Covil dos Jogos 

 

Como dissemos, o Covil teve um Stand no DOFF 2025. A ideia era ter um estúdio para a gravação dos conteúdos, o que deu muito certo (só na sexta feira foram 9 lives publicadas com entrevistas e gameplays diversos), uma loja vendendo os jogos do Paulo e itens do Covil e da Covilcon e, por fim, servir de ponto de encontro para os covileiros, nossos apoiadores que permitem que estejamos há 10 anos no ar.

Para mim, pessoalmente o DOFF valeu a pena por causa desse espaço, de todo mundo que foi conversar conosco, de todo o reconhecimento que recebi e pelas conversas que tivemos.

E, claro, pela entrega do Prêmio Ludopédia. Essa coluna que escrevo aqui ajudou o Covil a ganhar, pela 5a vez consecutiva, o Prêmio de Mídia Escrita. Ganhamos também nas duas outras categorias que competimos, o Podcast e o Áudio Visual. Pela primeira vez eu estava presente para receber o prêmio e subir no palco e logicamente fiquei muito feliz com isso. O discurso foi improvisado na hora, mas acho que não fiz feio não.

Porque o Covil ganha tanto? Não é apenas uma questão técnica. Tem muita gente boa fazendo vídeo, podcast e texto por aí. Alguns talvez até melhores do que nós. E, na boa, isso não é falsa modéstia.

O segredo do Covil é o engajamento. Nós não somos um canal de geração de conteúdo. Nós somos uma comunidade que se formou em torno um canal de geração de conteúdo. Essa é a diferença.

Eu não sei se foi a Pandemia, quando o Covil abriu torneios e lives diárias, trazendo com isso conteúdo e laços fortes de amizade que, espero, nunca mais se rompam.

Eu não sei é o jeito mineiro do Paulo e da Karine, que tratam cada covileiro como se trata uma visita querida que vem à sua casa, e que abrem espaço para toda a comunidade de geração de conteúdo participar dos programas.

Eu não sei se é a Covil Con, que tornou Divinópolis a Essen Brasileira.

Talvez seja tudo isso junto!

Enquanto houver um coração infantil

Crianças voltarão a entrar em campo com o Vasco na partida contra o Náutico | Vasco Notícias

Se nossa estada no DOFF não tivesse servido para mais nada, fecho esse relato com a história da Heleninha, uma menina de nove anos de Mogi das Cruzes, que adora o Covil e a Karine. No meio daquela multidão de sábado, ela se perdeu dos pais. Seu pensamento foi “tenho que achar a barraca do Covil dos Jogos”. E ela nos achou, ficou lá toda contente conversando com a Fafa enquanto a Karine se virava para achar o contato da mãe dela. Em alguns minutos a mãe apareceu (depois de meia dúzia de pessoas do Staff do Evento aparecerem atrás da menina), super nervosa (como era de se esperar), ficou com a gente lá até se acalmar e voltou no dia seguinte, mais tranquila para tirar foto com todos e curtir o momento.

O Vasco da Gama (o clube de futebol para o qual eu torço) tem um slogan “Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”. Sempre que eu vejo a entrada em campo com aquele monte de crianças entrando com os jogadores, a despeito de 5 rebaixamentos, eu entendo a força dessa frase.

No final das contas, eu gostei do evento. Não é todo dia que a vida te mostra o real propósito de algo do qual você participa. Essa graça veio para mim no sábado a tarde.

E o prêmio não teve nada a ver com isso.

 

 

 

Tags: #covildosjogosBoard gamesDiversão OfflineDoffJogos de Tabuleiro
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Eduardo Vieira é analista de sistemas, e participa do Hobby desde 2018, mas vem tentando descontar o tempo perdido! É casado, mora no Rio de Janeiro e vive reclamando que não tem parceiros para jogar tudo que compra!

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Comentários 5

  1. Bruno Alves Siqueira says:
    3 meses atrás

    Muito bom o texto, pena que você não falou sobre o estande de protótipos, dos vários jogos e livros independentes que estão fora da visão das grandes editoras. As grandes sempre tem todo o destaque, mas, como amante do “Indie” me aproximo muito desse pessoal. Comprei pouca coisa, mas como sempre, peguei algo dessa parte, um revista em quadrinhos norueguesa que ninguém nunca ouviu falar sobre, para mim, é no setor indie que está está o verdadeiro criador, aquele que faz por amor e por que gosta de criar.

    Para nós que estamos saturados dessa estratégia mercadologica que destrói qualquer tipo de entretenimento que fica em alta, já era esperado que iria atingir o mercado de jogos de tabuleiro, o que vamos ver nos próximos anos é uma degradação desse mercado, as editoriais, famintas por dinheiro, vão degladiar até esse mercado não ter mais força, isso é percebido em diversos outras mídias de entretenimento, nos jogos digitais, na música, na literatura. E para nós que só desejamos bons jogos, vamos ter mais dificuldade em encontrar algo de qualidade, no mar de jogos de mercado. Então a dica é, foque nas comunidades indies, essas mantém a criação por amor.

    Responder
    • Avatar photo Eduardo Vieira says:
      3 meses atrás

      Bruno,

      Realmente, tinha muita coisa na parte de independentes e protótipos. Eu não me detive muito por lá, até porque também estava bem cheio.

      Responder
  2. Fred Lisboa says:
    3 meses atrás

    Maus um excelente texto. Parabéns Eduardo. E Parabéns a todos do Covil pelos merecidos prêmios

    Responder
    • Eduardo Vieira says:
      3 meses atrás

      Obrigado, Fred!

      Responder
  3. Grazielle Nascimento says:
    3 meses atrás

    Parabéns pelos prêmios! E obrigada, Covil, por explicar jogos que eu não teria paciência de ler o manual rsrs. Em relação ao Doff, acho que o que eles gastam em crachás poderiam gastar com mais mesas e cadeiras. QR CODE e pulseira são mais que suficientes. Infelizmente eu e meus amigos não iremos mais enquanto lembrarmos dessa edição.

    Responder

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