Talvez vocês não acompanhem, mas houve uma treta gigantesca entre os geradores de conteúdo ligados ao mercado literário algumas semanas atrás.
Tudo começou quando a Darkside, uma editora relativamente conhecida por suas bonitas reedições de livros clássicos, pagou a uma influenciadora digital que não é do meio para produzir conteúdo sobre o livro “Drácula, de Bram Stoker”.
E a garota assim o fez. Só que, ao invés de basear sua crítica no texto do livro, a garota imaginou que daria no mesmo se ela fizesse seu conteúdo se baseando no (ótimo, por sinal) filme de Francis Ford Coppola.
Deu ruim, pois embora contem a mesma história, há várias diferenças entre o livro e o filme e todos que conhecem as duas versões ficaram com uma forte impressão de que a geradora de conteúdo não leu o romance.
Isso gerou uma imensa comoção não só entre o público literário mas, principalmente, entre os geradores de conteúdo da área, pois o vídeo foi divulgado oficialmente pela editora (que, aparentemente não teve tempo de revisá-lo e evitar a gafe).
(Não vou colocar o vídeo aqui porque a Editora resolveu retirá-lo do ar e eu não quero confusão. É muito fácil encontrá-lo por aí se você tiver curiosidade).
Tudo isso gerou uma grande discussão sobre o real valor dos conteúdos gerados pelos booktubers. Afinal de contas, o quanto deles são reviews sinceros e o quanto são peças de marketing mal disfarçadas (e muitas vezes mal feitas)? Eles leem realmente os livros que resenham? Uma apresentação tecnicamente bem feita é mais importante do que a conteúdo do que está sendo dito? Como se diferencia o joio do trigo?
Toda essa controvérsia me fez pensar sobre o nosso mundinho dos jogos aqui. Dadas as devidas proporções (somos muito menores), temos exatamente os mesmos problemas.
Nós, geradores de conteúdo, gostamos de nos ver como jogadores normais que dedicamos horas do nosso dia a dia apenas para nos expressar sobre essa paixão, sabendo que dificilmente receberemos algo em troca além de algumas curtidas e comentários, quando muito uns joguinhos grátis e alguns caraminguás do YouTube.
Porém, para boa parte do público, somos todos uns vendidos que entregamos a nossa alma em troca de joguinhos grátis das editoras. Passamos pano para problemas óbvios de produção e até fingimos não ver componentes mofados.
O texto de hoje então é uma reflexão minha sobre a geração de conteúdo. Depois de passar quatro anos escrevendo essa coluna, acredito ter um certo lugar de fala sobre o assunto.
Vou comentar como vejo as coisas do meu ponto de vista de colunista de blog (que, reconheço, não é uma das posições mais chamativas do mercado), como enxergo os meus colegas de outras mídias, tanto os iniciantes como aqueles que estão “consagrados”. Como eu separo aqueles em que confio e consumo daqueles que me parecem mais fazerem parte do departamento de marketing das editoras?
Somos uns vendidos, afinal de contas?
O Crítico
Quando eu era um jovem adulto, o meu fim de semana começava nas sextas-feiras, com a leitura do Segundo Caderno de O Globo, ou a Revista Programa, do Jornal do Brasil, em busca da opinião da crítica sobre os filmes que seriam lançados naquela semana.
Não que eu concordasse com os críticos sempre. Na maioria das vezes eles davam 5 estrelas ou botavam o bonequinho aplaudindo de pé para verdadeiros “lexotans” em forma de película. Sabe aquele filme iraniano com legendas em sueco, que passa no cine clube da sua cidade? Esse era o filme que eles adoravam e eu odiava. Caí algumas vezes nesse golpe até aprender que a nota não é o mais importante em um review.
O que importa são os argumentos. São eles que vão te dizer se aquele determinado filme (ou jogo) é bom para você, independente do que o crítico achou.
O papel do crítico é avaliar alguma coisa e dizer o que acha dela aos outros, de modo que as pessoas possam decidir se aquilo é algo que elas vão gostar ou não. O que se espera de um bom crítico é que ele tenha um bom conhecimento sobre o “cânone” daquele tipo de produção cultural que ele avalia (isso é, as principais obras que tenham sido lançadas ao longo do tempo), que ele consiga relacionar o objeto da crítica com obras anteriores e que ele possua critérios objetivos para justificar os seus veredictos.
Antigamente era muito dificil um crítico ter relevância. Ele precisaria estar em um jornal importante ou na televisão (acredito que todos lembrem do Rubens Ewald Filho, que fazia muito bem esse papel ao falar de cinema ou da temida Bárbara Heliodora, famosa crítica dos palcos cariocas). A nós, reles mortais, restava o boca a boca, as discussões de boteco e, no máximo, a criação de fanzines.
Porém no século XXI a Internet acabou com a reserva de mercado dos jornalistas de segundo caderno. Primeiro vieram os blogs, depois o Orkut e Facebook, mas finalmente, o YouTube quebrou todas as barreiras. Qualquer pessoa hoje em dia pode abrir um canal e divulgar suas opiniões para o mundo, sobre praticamente qualquer coisa.
E assim chegamos nós aos jogos de tabuleiro modernos, que tiveram o seu boom mais ou menos na mesma época em que as rede sociais ganharam massa crítica no Brasil, há uns 8 anos atrás, ambos apresentando enorme crescimento com a pandemia.
Eu mesmo comecei a escrever exatamente nessa época.
Como e porque vim parar aqui?
Eu sempre gostei de escrever e de trocar opinião. Participei ativamente de grupos no Orkut, Listas de Distribuição e salas de chat sobre os mais variados assuntos. Já escrevi colunas sobre esportes (futebol, futebol americano, olimpíadas), música, participei por alguns anos de um podcast sobre futebol americano (antes dos podcasts virarem uma febre).
Conheci os jogos modernos em 2018 e logo encontrei o Covil dos Jogos. Comecei a apoiar, troquei ideia com o Paulo sobre a possibilidade de abrir um blog e, quando veio a Pandemia, a ideia tomou forma. Estou aqui desde então.
Porque faço isso? Porque eu gosto. Simples assim.
Tentando ser mais descritivo: porque eu gosto de me expressar sobre as coisas e trocar ideias sobre o que me interessa. Porque escrever me ajuda a organizar o que penso. Porque fico feliz quando vejo que um texto meu fez alguém refletir sobre algo que considero interessante.
Poucas coisas me deixam mais satisfeito do que comentários pertinentes sobre o que escrevi, mesmo que sejam discordantes. São oportunidades de eu esclarecer melhor o que penso, botar o meu argumento de outra forma e, eventualmente, de ver a coisa por um ângulo que havia me escapado antes.
O fato é que eu nunca recebi uma promo sequer devido a minha posição como escritor do Covil dos Jogos. A coisa mais próxima disso foi o Paulo ter me dado dois presentes quando me tirou em um amigo oculto um ano desses. Eu pago a mensalidade do covil, pago inscrição na CovilCon, e todas as vezes que fui ao Doff foi por minha conta.
Nem mesmo divulgação de leilão de jogos usados eu já tive (o que aliás, era uma boa ideia hein, Paulo! Estou precisando vender alguns jogos).
Sendo bem sincero, não vejo nenhum problema nisso: se eu fosse uma editora, eu não mandaria nada para alguém como eu. A mídia escrita não é valorizada (sendo bem objetivo, pouca gente lê, se você está aqui lendo isso, parabéns, você faz parte de uma pequena minoria), dificilmente eu escrevo sobre lançamentos e eu nem escrevo na frequência necessária para gerar o efeito que fosse comercialmente relevante.
E aqui eu deixo uma primeira reflexão para vocês: a grande maioria dos geradores de conteúdo faz o que faz apenas por que gosta. Pode até haver um sonho molhado em receber jogos de graça, mas isso acontece para uma pequena minoria e, acredite, pode ser uma bênção duvidosa.
Quem quer rir…
(Numa das maiores cenas do cinema brasileiro, temos um colega jogador de board game. O policial que está em pé solicitando tirar suas merecidas férias com o infame Sargento Rocha é um grande amigo nosso – o nome dele é Paulo Hamilton – grande jogador de TI e já foi entrevistado pelo Covil no saudoso Prosa).
Se você quer ter alguma chance de receber jogos das editoras, você precisa antes convencer as editoras que você é alguém que vai dar a elas um retorno razoável em troca das preciosas caixinhas que ela eventualmente venha a lhe enviar.
Para as editoras te notarem, você precisa ser relevante. Para ser relevante, você vai ter que investir. E jogar muitos jogos em uma janela de tempo curta, de modo que você consiga ficar a par dos lançamentos, ter jogado o suficiente para ter uma opinião própria e ainda preparar o material para publicação.
Por muito tempo, isso era razoavelmente tranquilo de fazer, porque não haviam tantos lançamentos assim. Eram um ou dois dignos de nota por mês. As vezes, nem isso. Hoje em dia, com dezenas de jogos saindo mensalmente, é quase impossível estar em dia com o mercado. Então, é quase impossível falar de lançamentos no pico do hype se você não tiver parceria com as editoras para receber os jogos com antecedência.
As editoras mandam jogos para quem sistematicamente produz conteúdo sobre os mesmos. É lógico que elas querem conteúdo positivo, mas eles entendem que o conteúdo precisa ser orgânico. Se parecer “chapa branca” demais, se for algo feito de encomenda e se não expressarem uma opinião minimamente sincera as pessoas acabam percebendo. E aí, já era. Ninguém gosta de se sentir enganado.
E qual é o ardil da coisa? Se você recebe um jogo da editora, você sabe o que ela espera e, se você quer continuar recebendo jogos, vai tender a falar bem do que recebe. Você não precisa mentir, você pode ser objetivo, dizer para quem aquele jogo funciona melhor, pode até dizer que não é o seu estilo eventualmente, mas… se você for uma Aracy de Almeida, aquela jurada chata que reclamava de todo mundo, você poderá até ter seu público, mas as editoras não vão te ajudar nisso.
Então, se o objetivo do gerador de conteúdo é ganhar jogos, ele se verá rapidamente preso a agenda das editoras e não a sua própria. Ele comentará os jogos que recebe e não os que gostaria de comentar. Ele pode até ser sincero, pode realmente gostar dos jogos que está comentando e produzir coisas legais. Mas, não se engane, ele virou o funcionário mais barato do departamento de marketing das editoras. Trabalha por escambo.
Será que vale a pena?
A Realidade
Dito isso, não acredito que a maioria dos geradores de conteúdo caia nessa armadilha. A grande maioria não chega ao ponto de receber tantos jogos assim e, os que recebem (como o Covil), muitas vezes se tornam tão relevantes que na verdade a Editora precisa mais deles do que o contrário.
Independente disso, parte do público acredita que somos todos vendidos. E há alguns motivos para que eles pensem assim: afinal de contas, é muito dificil achar um review negativo. Quando acontece algum problema em algum jogo, ainda que critiquemos, tendemos a ser cuidadosos com nossos comentários, tentamos explicar o que aconteceu (o que é logo interpretado como “passada de pano” por boa parte do público).
Vou tentar explicar esses fenômenos:
Sim, existe uma tendência natural a escrevermos reviews positivos. E sim, existem incentivos econômicos que podem nos levar a isso (como expliquei na seção anterior). Porém, o principal motivo para que isso aconteça é que é muito ruim perder tempo falando de coisas de que nós não gostamos.
E ainda pior do que falar de jogo ruim (porque isso as vezes pode até ser engraçado), é falar de jogo medíocre, nota 5/6. Aí é realmente perda de tempo. Quantas vezes você vai ter saco de jogar um jogo do qual não gostou para ser justo no seu review?
A menos que você seja um “completista”, tipo o Tom Vasel, que se propõe a comentar praticamente tudo que sai no mercado (e aí não tem jeito, você vai ter que falar das bombas que caíram na sua mão), você vai preferir falar do que te agradou. É muito mais legal, dá muito mais vontade de escrever.
Aqui vem uma segunda reflexão: a crítica negativa normalmente acontece por ausência. Um jogo com muito hype sem reviews é, provavelmente, um jogo que não agradou. Hoje em dia, como o número de lançamentos está muito grande, isso já não é tão verdade como há uns 3 anos atrás, até porque o ciclo de vida dos jogos encurtou. Mas, para os jogos de até 2021, pode confiar nessa regra.
E porque nós temos uma tendência a defender as editoras? Por alguns motivos: nós temos um pouco mais de acesso aos bastidores, então nós entendemos um pouco melhor os problemas logísticos pelos quais as editoras passam. E também porque nós conhecemos boa parte das pessoas envolvidas e, com raras exceções, eles são gente boa, bem intencionados, dedicados ao que fazem. Ninguém erra de propósito, até porque esses erros custam muito caro.
Trabalham nisso buscando obter lucro? Lógico. São absolutamente sinceros quando falam das margens, das tiragens e dos atrasos? Duvido. Mas são profissionais que escolheram um nicho difícil para trabalhar. O hobby cresceu muito, mas ainda é muito pequeno. Boa parte deles investiu suas economias tentando fazer esse negócio crescer (claro, acreditando que poderiam prosperar com isso).
E não há nada de errado nisso.
Os problemas acontecem, eles devem ser relatados e a grande maioria de nós faz críticas sensatas às Editoras. Nem sempre elas entendem assim (afinal de contas, muitas vezes elas acham que somos funcionários deles) e o público, às vezes no auge do raiva, não vê que uma crítica ponderada ainda é uma crítica. Eles querem alguém que espelhe a indignação que eles estão sentindo. Muitas vezes o que se quer é um linchamento.
Escrevo durante as Olimpíadas de 2024 e, num dias desses, ouvi uma frase do Marcelo Barreto sobre o Jornalismo Esportivo que achei muito interessante para esse caso: “Nosso papel na Olimpíada é ajudar o torcedor a entender o Atleta e o Atleta a entender o torcedor. E talvez por isso, muitas vezes não somos entendidos por ninguém.”
Conclusão
A palavra “mídia” diz muita coisa. Estamos entre duas forças: o produtor e o consumidor. E assim como Marisco, ficamos entre o mar e o rochedo e apanhamos dos dois lados.
Nosso papel virtuoso é curar o mercado, trazer a vocês o que achamos que é mais interessante, seja na forma de produtos ou de pautas relevantes, que possam ser discutidas por vocês. Quando temos que discutir um problema, cabe a nós tentar apresentá-lo da forma mais objetiva possível, deixando que os fatos falem por si sós. Mas, no final das contas, nossa opinião é apenas isso: uma opinião. Como tantas outras.
Esse mundo de opiniões diversas e sem um claro dono da verdade é um mundo mais dificil de viver. Como separar a propaganda da informação, a narrativa da opinião sincera? Não tem muito jeito, é você que terá que escolher em quem confia. Ouça muitas opiniões, confronte os dados, e decida.
Talvez isso não seja tão fácil em outros assuntos mas, aqui no nosso mundinho, a verdade está na sua mesa. Pegue o jogo numa luderia, ou de um amigo, jogue-o e decida você mesmo o que pensa dele. Aos poucos você vai aprender a perceber nossos vieses (todos temos algum) e descobrir quais deles combinam com os seus.
E seja feliz, dentro da sua bolha. Todos estamos em algumas delas.
Que texto, diria até bem imersivo quando se volta no tempo e explica o crescimento do hobby e o que vem acontecendo aos poucos em relação a publicações dos canais dos criadores de conteúdo (até msm exemplificando com a criadora de conteúdo de livros).
Quando um canal é imparcial, normalmente ele se destaca de forma positiva, e como isso acontece? aumento de seguidores e apoiadores, prêmios e relevância. Covil não está ai a toa e não é melhor a toa tb (sou fã do canal, mas estou fzd uma constatação pelos números e prêmios). Vc percebe que o canal é sincero quando pega um jogo de um amigo do canal e dá uma nota 7, ponderando e analisando onde poderia melhorar. Quando o canal deixa bem claro que o jogo não agradou e não jogaria nunca mais, dando nota 6 ou pior (Frostpunk haha).
A grande vdd é que os seguidores dos canais querem somente uma review sincera. E não falo de notas, falo de opiniões baseadas no estilo de jogo, na mecânica, na diversão, para qual público se encaixaria melhor e etc. Vc percebe quando querem te “vender” um jogo.
Não que seja errado um canal “vender” jogo (afinal, ganhar jogos e talvez um dinheiro não é ruim neh), só acho q poderiam ser sinceros e abrir o vídeo fzd uma propaganda aberta sobre o jogo. E talvez evitando de fazer uma review pq provavelmente não serão imparciais, mas só o fato de deixar claro isso, seria legal, mas teria um grande risco de perder seguidores e influência.
Quando falo “vender” quero dizer o canal ganhar o jogo para TER que falar bem.
Uma coisa é “vender”. Outra é ganhar o jogo e ter a total liberdade de falar o que quiser. A segunda opção inclusive é a que faz alguns canais se destacarem (Covil S2).
Mais um bom texto sobre um assunto espinhoso e que daria toda uma live nórdica pra ser esmiuçado…haha
Eu não fazia ideia dessa história do livro Drácula e, vendo isso, me peguei pensando quais mercados eu sigo algum ~influencer e cheguei a conclusão que só acompanho o meio dos tabuleiros. E como acompanho de perto, eu já entendo as preferências e sei quando jogo X é ou não pra mim, mesmo que tenha agradado o youtuber. Mas é um exercício difícil de fazer e acho que só consigo pois estou bem inserido nesse meio e que dificilmente eu conseguiria se fosse usar o youtube para, sei lá, comprar um tenis. E ai entra a importância do crítico embasar sua nota com argumentos, justamente praquele que caiu de paraquedas ali poder entender de onde o crítico tá partindo (gostos pessoais, produtos similares q conhece, etc) para dar a nota, coisa que até acho que somos um pouco carentes no hobby, talvez consequência da enxurrada de jogos que impossibilita se aprofundar em um título antes de partir pro próximo.
Quanto às criticas negativas, eu super entendo o argumento de “é chato falar mal de algo, prefiro falar de um jogo que gosto”, mas confesso sentir às vezes, muito porque quando busco um jogo e não acho nada sobre fico na dúvida se é porque é ruim ou se pq foi eclipsado por outros lançamentos que fizeram mais barulho…haha…mas é a vida, não se pode ter tudo.
Tiago,
Obrigado pelo feedback.
Bem, sobre reviews negativos, eu não faço textos, mas eu escrevo um pequeno review de todo jogo que jogo na ludopédia, na página de avaliações.
Eu não me obrigo a jogar várias vezes, muitas vezes o que está lá é a primeira impressão, mas eu sou honesto e dou notas ruins.
Não tem nota muito baixa porque o mercado tem um certo cuidado e são raros jogos abaixo de 5. Mas tem muito nota seis lá!
Sds,
Eduardo
Que texto sensacional!!
Pela quantidade de lançamentos, imagino que produtores de conteúdo não conseguem se aprofundar num jogo, o que é muito triste.
Eu consumo muito conteúdo de boardgames – YouTube, podcasts – e acho que vocês fazem um trabalho fenomenal, essencial.
Mas em contrapartida vejo que muitos produtores de conteúdo abandonaram seus canais/podcast, talvez porque viram que a diversão do hobby acabou e tudo virou uma obrigação, um trabalho qualquer.
Rafael,
Obrigado pelos comentários.
Acho que muita gente começa a fazer conteúdo meio que na empolgação e, passado um período, percebe que o trabalho que dá e o retorno obtido normalmente não fecham a conta.
Se eu não tivesse a estrutura do Covil dos Jogos me dando suporte, provavelmente já teria parado. O trabalho que daria manter um site, buscar divulgação, eventualmente ter que trabalhar com as outras mídias de forma frequente, não teria tempo para isso.
No Covil, eu escrevo quando dá, sobre o que eu quero e só tenho que escrever. Sou muito privilegiado nesse sentido.