Fala Povo! Em muitos jogos com a mecânica de eliminação de jogadores, a sensação de ser eliminado durante a partida pode ser comparada à experiência de ser a última pessoa escolhida para completar um time de futebol nas peladas da época de escola ou mesmo do dia a dia. Assim como na escolha de times, onde ser o último escolhido pode trazer a sensação de exclusão, em jogos de tabuleiro acontece o mesmo com a eliminação, pode fazer com que você se sinta deixado de lado ou apenas por provocação e acaba sendo um dos maiores “problemas” desses jogos. É importante reconhecer essa característica e lembrar que, o objetivo principal é se divertir e aproveitar o jogo, independentemente do resultado final.
(Essa comparação foi feita, pois as primeiras partidas de Munchkin que joguei, foi assim que eu me senti… hello darkness my old friend…)
Tendo isso em vista, alguns jogos acabam “pesando” a mão em cima disso e outros conseguem fazer com que nem sintamos os efeitos da eliminação. Os mais conhecidos com eliminação, acredito que são o Munchkin e o próprio War.
Munchkin tinha tudo para ser um excelente jogo, tem seus méritos pelo sucesso atingido, mas após algumas partidas, a eliminação se torna penosa, pois os mecanismos do jogo, podem fazer com que ele dure tempo demais para uma pessoa ficar de fora aguardando.
Outro exemplo é o próprio Bang! Cardgame, nele, não foi uma nem duas vezes que já vi alguém sendo eliminado antes mesmo de ser sua vez e isso é um ponto muito fraco tanto nele, como em outros jogos.
Porém, contudo, entretanto, existem jogos com eliminação e que conseguem tratar essa questão, com alguns sistemas que ativam o final de jogo, não deixando ele se alongar por muito tempo. Um exemplo desses jogos é o próprio Looterz do meu grande amigo Fel Barros! O jogo é basicamente um persiga ao líder, mas com algumas cartas no deck que funcionam como uma espécie de timer para o fim de jogo, fazendo ele não durar tanto e quem tiver sido eliminado não ficar muito tempo esperando.
Outro grande exemplo e que é o motivo desse texto, conheci no ano passado, mas já virou um dos queridinhos aqui no Covil; é a série de jogos Mayhem (Dungeon e Marvel). Já estamos acumulando mais de 20 partidas e nos divertindo cada vez mais.
Em Dungeon Mayhem, cada jogador será um personagem das classes de D&D. Uma Bárbara, um Ladrão, um Mago ou uma Paladina. Cada uma recebe um deck individual, com suas próprias cartas e habilidades, uma carta de vida, onde posiciona um marcador e todos iniciam com 10 pontos de vida. Cada jogador embaralha seu deck e saca uma mão de três cartas, a partir daí o jogo começa pelo primeiro jogador e é muito simples. No seu turno, você DEVE escolher uma carta da sua mão para jogar e resolver seus efeitos.
Os possíveis efeitos das cartas são:
Espada: Causa 1 dano a outro jogador.
Coração: Cure 1 de vida
Carta: Compre uma carta
Raio: Jogue outra carta
Escudo: A carta ficará em sua frente, e receberá o próximo dano contra você de acordo com a quantidade de ícones de escudo.
Ícones de habilidades dos personagens: Cada deck terá cartas únicas, com habilidades específicas das classes de cada personagem.
Após jogar sua carta e resolver o efeito, o jogador passa a vez e é o próximo jogador em sentido horário. O jogo continua até que reste apenas um jogador com vida ainda em sua carta.
Como puderam ver, o jogo é extremamente simples, possui eliminação, mas por seus próprios mecanismos, as partidas não duram muito tempo, ofuscando aquela sensação ruim de ser eliminado e ficar tempos esperando. Apesar das habilidades de alguns personagens serem mais fortes que as de outros, o jogo ainda assim funciona muito bem, pois basta os jogadores perseguirem quem possui mais vida e assim as coisas acabam se balanceando durante a partida.
Cada personagem possui efeitos bem diferentes e traz uma boa rejogabilidade para o jogo. As habilidade de cada um, foram muito bem implementadas de acordo com sua classe nos RPG’s clássicos do D&D. Para quem já conhece esse universo vai se identificar com cada habilidade e seus efeitos, cativando mais ainda, quem como eu, gosta de RPG.
Dica: é importante ficar ligado nas habilidades de cada personagem e no plot twist que elas podem trazer para a mesa, trazendo mais emoção e disputa. A série Mayhem, funciona muito bem, para quem gosta de caos, de dedo no olho e partidas rápidas, porém muito divertidas.
Infelizmente é um jogo que veio para o Brasil, pela Galápagos Jogos, foi muito pouco falado e hoje já não acha mais para comprar, eu gostaria muito que fosse lançado novamente por aqui, com suas expansões, lá fora saiu uma Monster Madness, que seriam decks de Monstros, além da expansão com dois novos personagens, que são a Jaheira e o Minsc de Baldur’s Gate, seria ainda mais legal, pois estaria aproveitando o sucesso do jogo eletrônico! Além deles existe o Marvel Mayhem, esse eu comprei em Essen, ele ajusta algumas características, unificando os icones de Carta e Raio ao mesmo tempo, deixando a partida mais fluída.
Outro ponto alto de Dungeon Mayhem, é a arte! O artista Kyle Ferrin já é famoso por diversos outros trabalhos como Root, Oath, FORT, entre outros, e não muito diferente dos demais, em Dungeon Mayhem a arte ficou sensacional!
Entendo que não é um jogo para todo mundo, pois tem muita interação direta e algumas pessoas podem sair chateadas com o coleguinha, mas ainda assim funciona muito bem. Por isso, quando se vê em algum jogo a mecânica de Eliminação de Jogadores, recomendo antes de adquirir, procurar ver como funciona, se o jogo consegue tratar isso de alguma forma mais rápida, ou é um jogo penoso para quem for eliminado precocemente!
A mecânica em si, acaba sofrendo já um certo preconceito, pois o próprio nome acaba trazendo uma aversão a ela e muitas pessoas já acabam falando mais dos problemas do que as qualidades que jogos com ela trazem. Nem todo jogo com eliminaçao é ruim e acabam passando algumas pérolas como Looterz, Dungeon Mayhem e etc…
Nós fizemos um gameplay do Dungeon Mayhem e do Marvel Mayhem, se ficaram interessados dêem uma conferida!
Por fim, recomendo os jogos Mayhem, para quem conseguir adquirir e gostar desse estilo de jogo. Peço também para que votem no Covil no prêmio Ludopedia. Estamos concorrendo nas categorais de Mídia Audiovisual, Mídia Escrita e Mídia Social!
Espero que tenham gostado e deixem seu feedback.
Curti o post. Irei conferir a gameplay!