Faaaaala Povo! Após o fogo acabar com a cidade de Roma, o imperador Nero conta com nossa ajuda para reconstruir a cidade e devolvê-la à sua Glória! Conheçam Glory to Rome.
Glory to Rome é um jogo de cartas, de Ed Carter e Carl Chudyk e infelizmente é um jogo que é praticamente impossível de ter uma nova tiragem. Por isso fica apenas o sonho de ter uma cópia para chamar de sua, o jeito é contar com os amigos que possuem um (Alô Fel Barros).
O jogo usa a mecânica “criada” pelo Puerto Rico de seguir a ação. Existem no jogo um baralho de cartas de Ordens, cartas de terrenos, e cartas de Jacks(Curingas) e cada jogador recebe um tabuleiro que é o seu “campo”. Basicamente, cada jogador recebe 5 cartas do baralho de ordem e a partir daí a partida ocorre. No seu turno, o jogador é o líder da rodada e tem apenas duas opções para se fazer, são elas: Liderar (jogar uma carta de ordem da sua mão) ou Pensar (Comprar um Jack ou Repor a mão até ter 5 cartas ou se já possuir 5 cartas, comprar UMA carta).
Obs: Importante destacar que as cartas de ordem servem para diversas funções, vocês entenderão mais adiante!
Usando essa carta como exemplo, ela pode ser um cliente(lateral esquerda), uma estrutura(centro da carta) ou mesmo um recurso(nesse caso pedra, parte inferior da carta.)
Caso ele lidere, os outros jogadores podem escolher seguir ou pensar. Para seguir, os jogadores precisam descartar uma carta da mesma cor que o líder jogou. Jacks podem ser jogados para seguir qualquer ação. Cada cor de carta determina a ação que você irá realizar.
Antes de explicar as ações, preciso explicar sobre o seu campo. O tabuleiro de campo, possui 4 lados, onde cada lado representa uma característica. Lateral esquerda é a sua clientela. Clientes permitem você realizar mais ações ao Liderar ou ao Seguir. Lateral direita, é o seu cofre, nele você irá guardar cartas viradas para baixo, que irão valer pontos no fim do jogo. A parte debaixo é o seu estoque, onde você irá colocar cartas como recursos para serem usados na construção de edifícios. A parte de cima é a sua influência, cada jogador já começa com 2 de influência, a influência determina quantos clientes e quantos recursos no cofre cada jogador pode ter, o centro ainda tem um resumo de todas ações.
O líder realiza uma ação pela carta jogada e mais uma para cada cliente que possuir do mesmo tipo, o mesmo acontece com quem seguir sua ação.
Roxo – Patrono: Ao realizar a ação de Patrono, você pega uma carta do centro da mesa e coloca como cliente no lado esquerdo do seu campo.
Amarelo – Operário: Ao realizar essa ação, você pega uma carta do centro da mesa e a coloca como material na parte inferior do seu campo.
Cinza – Arquiteto: Ao realizar essa ação você tem duas opções; Descer uma carta de ordem da sua mão e pegar uma carta de terreno da mesma cor e colocar na sua frente como fundação de uma estrutura ou então, colocar materiais do seu estoque em uma fundação de estrutura já existente de modo a querer completá-la. Uma carta de estrutura completa, terá seu efeito ativo seja imediatamente ou ao longo da partida.
Verde – Artesão: Ao realizar essa ação você tem duas opções; Descer uma carta de ordem da sua mão e pegar uma carta de terreno da mesma cor e colocar na sua frente como fundação de uma estrutura ou então, colocar materiais diretamente da sua mão em uma fundação de estrutura já existente de modo a querer completá-la. Uma carta de estrutura completa, terá seu efeito ativo seja imediatamente ou ao longo da partida.
Vermelho – Legionário: Mostre uma carta de ordem de sua mão, pegue se disponível UMA carta do centro da mesa de mesmo recurso e cada jogador vizinho seu, DEVE te entregar uma carta de mesmo recurso caso possua.
Azul – Mercador: Você pega uma carta de seu estoque e coloca em seu cofre(lado direito do campo) virada para baixo. O valor dessa carta dará pontos de vitórias no final do jogo e também pontos extras para quem dos jogadores possuírem mais cartas de cada recurso em seu cofre.
O jogo ocorre com cada jogador sendo líder e os outros podendo segui-lo até que uma das 5 opções de fim de jogo aconteça: A pilha de cartas de ordem acaba, um jogador coloca uma estrutura no último terreno disponível, uma carta de estrutura Catacumba seja construída, Os requisitos da carta de estrutura Forum Romano sejam atendidos ou os jogadores concordem em se render para um deles.
Os pontos são contabilizados e quem possuir mais pontos é o vencedor da partida.
Glory to Rome definitivamente não é um jogo para se apresentar a novos jogadores, ele assusta nas primeiras partidas, pois usa duas características que são pouco utilizadas nos jogos e que o deixam mais complexo, 1 – suas cartas servem para várias coisas 2 – e a mecânica de seguir ação é pouco vista em jogos, então é normal, você sair das primeiras partidas se perguntando se entendeu bem ou não o jogo.
Ao mesmo tempo, Glory to Rome encanta com sua evolução em cada partida. A quantidade de cartas que ele possui, dificilmente será vista em apenas uma partida e ainda são diversas habilidades em suas várias cartas de estruturas, onde cada uma conduzirá o seu jogo para uma certa estratégia.
Uma coisa em Glory to Rome é certa: você NUNCA irá jogar uma partida igual a outra.
Ele te desafia a cada “combo” que você vai descobrindo e querendo aplicar de outra forma em outras partidas e é essa variabilidade que irá trazer muita rejogabilidade para o jogo, fazendo deste, seu grande ponto forte. Quanto mais você o joga, mais você se aprofunda no jogo, eu ainda não possuo partidas o suficientes para dizer que conheço TUDO do jogo e por isso, cada partida é uma partida de descoberta e não me vejo cansado dele tão cedo.
Por ter uma estrutura de turno simples, depois que você entende os conceitos e tudo que as cartas podem ser, as partidas vão fluir mais rápido e o jogo não se alonga tanto. Inclusive isso é uma coisa que precisa ser comentada, ele é um jogo cheio mas cheio de plot twists, as partidas podem ser um pouco mais longas, tanto quando bem curtas, devido algumas cartas de estruturas, como as Catacumbas por exemplo e isso faz com que os jogadores precisam ficar atentos em todas as jogadas e em todas as estruturas que estão sendo construídas pelos outros jogadores.
Com tudo que eu já falei, dá para perceber que ele possui uma grande curva de aprendizado, à medida que você vai tendo mais partidas, você começa a saber quais cartas você talvez pode esperar vir ou não e etc. Se você gosta de um jogo bem cabeçudo e que faz isso com cartas, gosta de interação entre os jogadores, você precisa conhecê-lo, Glory to Rome pra mim é a perfeição dos jogos de cartas, dividindo o pódio com Arkham Horror Card Game e Android Netrunner!
Como dito no início do texto, infelizmente esse não tem como comprar e dificilmente teremos um novo print dele no mundo, um dos autores até fez outro jogo bem semelhante que é o Mottainai mas não consegue chegar no mesmo nível de seu irmão mais velho. Além disso ele possui diversas versões, algumas com artes mais caricatas outras não, a versão que acho mais bonita é a da black box.
Espero que tenham gostado de conhecer esse jogaço e se tiverem a oportunidade, joguem Glory to Rome e me contem aqui o que acham do jogo! Grande abraço e até o próximo texto.