Faaaala povo! Com a chegada de vários jogos no estilo “duel”, quis escrever e mostrar pra vocês sobre um jogo para dois jogadores que é bem desconhecido (deixo meu agradecimento ao Coelhinho que me indicou) mas excelente, e que leva o conceito de duel bem à risca afinal, cada jogador é um ladrão de gado no velho oeste! O jogo é do Bruno Cathala e com artes maravilhosas do Vincent Dutrait, carregando esses dois nomes em sua caixa, já é de se esperar coisa boa vindo aí… hoje vamos falar sobre o Longhorn!
Como dito antes, em Longhorn cada jogador assume o papel dos criminosos Eagle Perkins e Jessie Artist Byrd e disputam para ver quem será o maior ladrão de gados do velho oeste, claro, se mantendo longe do Xerife da cidade.
O jogo possui 9 tiles de lugares, que serão embaralhados e dispostos em um grid de 3×3. As fichas de ação são embaralhadas e distribuídas uma em cada tile de lugar. Caso dentre as nove fichas da partida esteja a ficha do Xerife, essa DEVE ser colocada em UM dentre os nove locais específico. As 36 vacas, sendo 9 de cada cor (laranja, cinza, preta e branca), são distribuídas aleatoriamente entre os locais. Cada local mostra o número de vacas que recebe.
A ficha de jogador é única e cada lado dela, representa um dos ladrões, os jogadores decidem entre si, qual dos ladrões quer ser e após isso, lançam a ficha de jogador como se fosse uma moeda. O lado que cair pra cima, determina quem será o primeiro jogador na partida. O jogador que será o segundo a jogar, escolhe onde a ficha irá começar dentre os tiles que possuem apenas 4 vacas.
Os jogadores agora estão prontos para começar. A jogabilidade é bem simples, em seu turno o jogador DEVE roubar gado. No terreno onde a ficha de jogador se encontra, o jogador da vez deve escolher uma cor de gado que esteja no terreno e pegar para si, todas as vacas daquela cor, caso nesta ação o local fique sem vacas, você também deve ativar a ficha de ação que se encontra nesse lugar, independente se a ficha for boa ou ruim, após ativar a ficha, caso seja alguma ficha de efeito, ela deve ter seu efeito realizado e depois descartada.
As fichas de ação que podem estar em jogo, são:
– Pepitas: Deve ser coletada e no final do jogo lhe renderá um valor em $
– Oléo de cobra: O jogador joga um turno extra
– Ferro em brasa: Pegue todas as vacas de uma cor de um dos terrenos adjacentes ortogonalmente
– Emboscada: Roube do seu adversário uma ficha de pepita OU duas vacas que ele possua
– Epidemia: Escolha uma cor de vaca e elimine-as de todos os locais
– Cascavel: Pegue uma vaca de cada cor que possua e distribua nos terrenos adjacentes ortogonalmente
– Xerife: Se coletar essa ficha, você foi preso e perde o jogo imediatamente
Após realizar a ação de roubar gado e caso possível ativar a ficha de ação, o jogador DEVE mover a ficha de jogador um número de locais ortogonalmente, igual a quantidade de gado que tenha pego e virar a ficha para o outro lado, indicando que é a vez do outro jogador, o movimento nunca pode ser ida e volta pelo mesmo terreno.
O jogo vai seguindo dessa forma e pode se encerrar em três situações diferentes; se um fora da lei ativar a ficha do Xerife, se um fora da lei conseguir pegar todas as nove vacas de um mesmo tipo ou, todos os territórios possíveis para um movimento, não possuírem gado. Nesse terceiro caso, os jogadores irão somar os valores do gado e das pepitas que possuem, para ver quem é o fora da lei mais rico e assim ganhar o jogo. Cada vaca vale $100 para cada vaca da mesma cor ainda presente no tabuleiro 3×3.
Como puderam ver o jogo é bem simples, mas possui uma camada estratégica muito grande. É quase um xadrez do velho oeste! Toda jogada sua, precisa ser muito bem pensada, prevendo a jogada do seu oponente. Como o Xerife pode ou não estar presente na partida, isso traz ainda mais re-jogabilidade para o jogo, visto que as partidas com ele, são bem mais desafiadoras do que sem sua presença.
A ideia é que quando o Xerife estiver presente, armar algumas armadilhas, para que seu oponente acabe por precisar ativar a ficha dele, dessa forma com o Xerife em jogo, não tem espaço para erro nas suas jogadas, um vacilo e você será punido pelo seu adversário. Falando sobre as fichas, elas que dão uma grande movimentada no jogo, visto que são obrigadas a serem realizadas, sejam elas boas ou ruins e ainda proporcionam o que eu mais gosto; o BLOCK! Ficar atento e aproveitar as chances que elas te proporcionam, é um caminho limpo para a vitória.
É genial como o Cathala conseguiu alinhar simplicidade com estratégia nesse jogo, além de tudo que eu já citei, temos ainda a pontuação do gado, que vai depender e muito de como os jogadores fizeram seus roubos. Não adianta pegar muita quantidade de gado se não for para garantir os 9 de uma cor e ganhar, pois caso contrário, será um gado de muito pouco valor no fim do jogo. Ao mesmo tempo, é preciso ficar atento, pois a possibilidade de juntar os 9 e ganhar automaticamente, faz você precisar pensar e antecipar ainda mais o seu adversário.
O jeito como as mecânicas são desenvolvidas no jogo é muito agradável, tudo gera uma sinergia muito boa, e o que me fez ficar encantado, foi exatamente ser apenas uma ficha de jogador, assim toda a decisão que você toma no seu turno, irá influenciar diretamente na jogada do adversário, pois a escolha do gado, irá ditar o quanto você se movimenta e isso vai ser o ponto de partida do outro jogador, pode parecer “bobo”, mas me agradou demais.
Joguei o jogo algumas vezes e em todas elas, o jogo me trouxe sentimentos que me fizeram ficar preso na partida! Ele consegue ser rápido, tenso, estratégico e divertido. Por esses e outros pontos, que se tornou um dos melhores jogos exclusivos para dois jogadores que eu já conheci. Se for pra apontar um defeito nele, é justamente eu não ter uma cópia e não achar para comprar, por isso fica a dica, aceito de presente ou um meio de adquiri-lo.
A cada vez que jogo os jogos do Cathala, vejo como é interessante ele criar jogos tão diferentes, mas sempre com duas características parecidas, simplicidade e estratégia. Os jogos dele, na maioria das vezes são bem fáceis de aprender, mas possuem uma curva de aprendizado grande para as próximas partidas, onde você vai descobrindo e dominando as camadas estratégicas presentes. Em Longhorn não foi diferente, depois da primeira partida o jogo mudou bastante e elevou no meu entendimento do jogo, os seus nuances estratégicos.
Para abrilhantar ainda mais, o jogo conta com uma produção lindíssima, componentes e artes são maravilhosos. Vincent Dutrait é “outro patamar” no quesito de arte nos jogos de tabuleiro. Então fica minha recomendação, conheci ele la na Ludocafé em BH, para quem for de BH ou tiver a oportunidade de visitar, vá até a Ludocafé e peçam para jogar, não esquece de falar que foi recomendação minha!
Espero que tenham gostado dessa resenha, deixe um feedback nos comentários e até o próximo texto.