Faaaaaaala Povo!
Aqui é o Pikachu!
E aqui é o Voz do Além!
Estamos de volta mais uma vez no Papo do Ladino, com essa dobradinha marota. Como vocês estão? Esperamos que bem.
O RPG é uma ferramenta social tremenda. Nela jogamos um jogo de interpretação, onde um participante será o ‘mestre’, uma espécie de diretor que dará vida ao mundo e contará uma história junto com os jogadores. E eles entrarão na pele de personagens que serão os protagonistas dessa narrativa compartilhada.
Dentre todos os sistemas de RPG, o mais famoso é o Dungeons and Dragons, popularmente conhecido pela siga D&D, que atualmente se encontra em sua 5° edição.
Entretanto, no dia 18 de agosto de 2022 foi anunciado uma nova “edição” que têm o codinome de One D&D que têm seu lançamento previsto para 2024.
Então teríamos a 6ª edição? Posso jogar fora tudo que tenho da 5ª? Ainda rolo d20 para atacar?
Calma, pequeno gafanhoto.
Neste texto vamos comentar sobre os principais aspectos revelados com base em vídeos de lançamento eu um pdf gratuito com um resumo das regras, com o foco na criação dos personagens.
Claro, teremos nossas opiniões, mas ainda sem o selo “É Lindo” porque o material impresso só em 2024.
Mas confere aqui com a gente algumas informações sobre esse lançamento, começando pelo vídeo lançado pela Wizards of the Coast 9 editora que detém os diretos de D&D), que você acessa à baixo.
One D&D
Diferente das edições prévias, começando pela 3ª, dessa vez D&D não terá mais edições, recebendo o codinome de One D&D. O novo sistema terá todas as suas regras baseadas na Quinta edição do jogo, mas com algumas pequenas mudanças.
Antes de tudo, é importante ressaltar que foi falado que o sistema será totalmente compatível com as aventuras da Quinta edição. Dessa forma não gerando nenhuma perda para aqueles que compraram as aventuras prontas (eu, Pikachu, incluso! Ufa!)
Caso você queira saber mais um pouco sobre as aventuras prontas, o Pichu já fez dois textos sobre elas, que vocês podem conferir a seguir..
Além da nova versão do D&D, outro anúncio feito pela WoftC foi de uma plataforma digital da própria para jogos online, ferramenta que expandiu bastante com a pandemia e o isolamento social.
Mas vamos para o que interessa!
Novas Mecânicas
Tudo que será postado aqui será de acordo com o material de teste publicado pela própria editora. Logo, é só uma análise prévia, passível de alterações ou exclusões, uma vez que não se trata de material definitivo.
Todas as mudanças apresentadas serão em comparação com a 5° edição, uma vez que o One D&D usa a mesma com base.

Raças
A primeira grande mudança é na questão das raças. E uma mudança significativa! Isso porque, desde a criação do D&D, as raças oferecem algum tipo de habilidade característica e PONTOS DE ATRIBUTOS.
Assim, as raças já se encaixam em determinadas classes: anões como guerreiros, halflings (ou pequeninos) como ladrões, etc.
Agora, as raças não fornecem mais pontos de atributos. Essa responsabilidade recaiu sobre os antecedentes dos personagens, a ocupação passada deles.
Basicamente, agora o que seu personagem fazia antes de ser um aventureiro é o que vai conceder a ele os atributos. Isso faz muito mais sentido, uma vez que é muito mais coerente um Meio-Orc que passou a vida como diplomata em um reino, ganhar carisma e inteligência, do que força e constituição.
Ah! As habilidades das raças foram melhoradas, como o sentido sísmico dos anões ou habilidade de um orc de permanecer vivo mesmo quando chegar a 0 pontos de vida.
E sim, você não leu errado. Tá escrito ORC no parágrafo anterior mesmo, porque agora, até então, só temos as raças “puras” no livro. Nada mais de mestiços.
Então quer dizer que não existem mais meio-orcs ou meio-elfos?
Não!
Raças híbridas agora são somente recursos cosméticos, onde o jogador poderá criar qualquer raça híbrida a partir da junção de duas raças bases, mas somente irá pegar a característica de uma delas.
Quanto às raças novas, foi acrescentada a raça Ardling, que seriam descendentes diretos de celestiais (algo como celestinos). Eles têm uma pegada meio egípcia, pois são seres com corpo humanoide, mas possuem características de animais, por exemplo um Ardeling pode ter cabeça de gato ou chacal.

Talentos
Outra alteração que ocorreu foi na regra dos talentos. Talentos agora são uma regra definitiva, deixando de ser uma regra opcional como era na 5° edição. Para tentar balancear, há uma separação de acordo com o nível. Alguns talentos também receberam modificações (como a possibilidade de serem adquiridos mais de uma vez, fornecendo bônus cumulativos).
Outra coisa, é que toda classe agora começa com um talento, deixando a customização de seu personagem ainda mais única (nada mais daquele guerreiro com espada longa chamado Baradan, que era exatamente igual o personagem anterior do jogador…)
Testes de D20
Testes de D20 é como são chamados agora as jogadas de ataque, salva guarda e testes de habilidades. Todos os testes foram nomeados com este único nome, e todos eles possuem falhas críticas e acerto críticos, onde um “20” tirado no dado sempre será um acerto crítico, e um “01” sempre será uma falha crítica.
Lembrando que todos estes testes sempre seguirão uma lógica, onde uma rolagem de um “20” não fará você fazer coisas impossíveis, como com um único salto chegar até a Lua.
Outro ponto alterado, e bastante polêmico, foi quanto ao crítico de ataques. Agora somente os jogadores podem tirar críticos em rolagens de ataques, e essas rolagens estão limitadas a somente críticos de armas. Logo, magias não concedem mais acerto crítico e monstros também não “critam” mais.

Nova Plataforma Digital e D&D Beyond
Também foi apresentado durante o vídeo, uma plataforma digital exclusiva do D&D com compatibilidade e integração ao D&D Beyond. A proposta é que a plataforma seja um mapa 3D das campanhas onde você verá miniaturas de monstro e cenários de maneira bem realista do que seriam as miniaturas físicas.
Esse sistema irá deixar a experiência de jogadores que moram distantes e de mestres com pouco tempo de criação de cenários melhor. Não foi divulgado o preço do uso da plataforma ou dos módulos, teremos que aguardar mais notícias para podermos comentar.

Opinião Pikachu
One D&D em minha opinião é uma proposta promissora da WoftC, por vários motivos.
O primeiro deles é que ele constrói sua base em cima de uma das edições que foram mais aclamadas pelo público a 5° edição, melhorando aquilo que estava ruim e mantendo aquilo que estava bom, nada de mudanças radicais aqui.
A criação de personagem para mim foi uma grata surpresa. Sempre questionei muito os atributos estarem ligados a raça, uma vez que a vivência e função de cada um dos seres de uma raça é diferente. Não fazendo sentido todos os integrantes daquela raça ganharem a mesma coisa.
Sobre híbridos, gostei dessa opção cosmética que só acrescenta na interpretação de um jogador, deixando sua interpretação ainda mais únicas.
Quanto aos talentos, o fato te terem deixados de ser uma regra opcional, além de terem níveis atrelados a eles, balanceia muitos problemas que tínhamos com eles, além é claro de deixar mais único o seu personagem.
O fato de terem englobados ataque, salva guarda e teste de habilidades, em uma única coisa, que chamaram de testes de D20 é outro fator que ajuda muito. Principalmente jogadores mais novatos, deixando as terminologias mais simples.
A mudança dos críticos foi um dos assuntos polêmicos, mas eu entendo o motivo das alterações. Os críticos de magias e certas habilidades quase sempre ‘quebram’ certas mecânicas e desafios da aventura. Existem certos personagens que inclusive são construídos quase que exclusivamente em cima desta mecânica. Essa alteração vai permitir um jogo mais equilibrado. Sobre a alteração que somente jogadores agora conseguem dar críticos, para mim como mestre é uma boa escolha. Já existiram campanhas que eu mestrei que os críticos mataram personagens recém-criados pelos jogadores, e isso quebra a motivação dos mesmos.
Quanto as plataformas digitais, terei que ver melhor sobre suas funcionalidades para ter uma opinião mais concreta, mas a ideia me agrada.
Opinião Voz do Além
Talvez seja cedo para comentar, mas me parece que a WoftC resolveu transformar seu d20 system num sistema genérico para suas ambientações. Isso já tinha ganhado forma com a 5ª, mas parece que agora a coisa vai ser oficial.
E não que isso seja um problema! Até acredito que funcione bem, na mesma pegada do que funciona para Savage Worlds, Gurps e que funcionou muito bem para o antigo Mundo das Trevas.
Dito isso, sobre as mudanças.
De forma geral, me lembrou muito a 3ª edição, que foi a última que me debrucei com afinco, antes de um hiato significativo até retornar com a 5ª.
A proposta dos talentos foi o que mais me chamou a atenção, porque era o ponto forte quando a 3ª foi lançada e causou uma reformulação total em relação ao seu antecessor, o AD&D.
A mudança nos atributos, para mim, foi algo muito bem-vindo. Me fez lembrar da criação das convenções no extinto Mundo das Trevas. Se você era abraçado por um vampiro mais bestial, como um Gangrel, você não se tornava um vampiro bestial automaticamente. Ia depender do seu envolvimento com as convenções, que tratavam de crenças políticas, sociais e religiosas.
Agora, acontece algo semelhante com o D&D. Não é porque o personagem é meio-orc que ele é forte. Ele pode ter sido criado como diplomata, no exemplo que o Pichu deu. Ou mesmo um anão bardo com carisma alta, um halfling bárbaro com força e constituição significativa. Na questão narrativa (NARRATIVA, HEIN PICHU!!!) essa mudança abre precedentes inimagináveis. Aprovada.
Agora, o lance das criaturas não terem crítico, sinceramente, não faz sentido pra mim. Até porque, o crítico é algo do acaso e isso torna até o mais risível kobold uma ameaça real para personagens de níveis baixos.
Mas de forma geral, fora essa mudança em relação aos antecedentes, o One D&D, para mim, parece mais a edição 5.5 do que uma mudança de peso. Mas até faz sentido parque diante do volume de lançamentos que foram feitos para a 5ª, não seria nada viável ignorar tudo isso e partir para uma nova versão.
E há também que se considerar que desde a 3ª, essa edição atual do D&D é a mais enxuta e funcional (tanto é verdade, que é um sucesso de venda por onde passa). Para quem, como eu, jogador dos idos da década de 90, a 5ª foi um novo fôlego para o D&D e atraiu muita gente que estava afastada por vários motivos.
Mas agora é aguardar 2024 e saber o que mais podemos esperar!
Há! Vale lembrar que já temos mais duas ambientações anunciadas: Spelljammer (cenário que pra mim não faz sentido nenhum) e Dragonlance (esse eu estou tentado DEMAIS para comprar e botar para rodar! Bora fazer Baradan, o Cavaleiro de Solaminia, Pichu!?)

Breaking News – Calendário de Lançamentos de D&D no Brasil
Enquanto estávamos escrevendo este texto a Wizards of the Coast publicou alguns detalhes dos próximos lançamentos da 5° Edição aqui nas terras tupiniquins. Como todos sabemos o direito de publicação do D&D voltou para editora, não sendo mais produzido pela Galápagos, desta forma vários materiais serão relançados por eles.
O primeiro produto a chegar pela Wizards será o novo Kit Introdutório: Dragões da Ilha da Tempestade. Esta caixa contém as regras básicas do jogo mais tudo que você precisa para jogar com personagens heroicos envolvidos em uma guerra ancestral entre dragões conforme exploram os segredos da Ilha da Tempestade (14 de Outubro).

Também será lançado no dia 28 de Outubro, o Guia de Van Richten para Ravenloft, um livro onde se apresenta novos domínios, uma série de novos antecedentes e bugigangas temáticas, novas subclasses, novos monstros e uma aventura inédita! Sem dúvida um livro espetacular para todos aqueles que desejam mestrar aventuras nos domínios do medo!
Também teremos a reimpressão do complemento “Guia de Xanathar sobre Todas as Coisas” e até o fim do ano, uma nova tiragem dos Livros Básicos, o Escudo do Dungeon Master e o inédito O Caldeirão de Todas as Coisas de Tasha.
Então é isso pessoal, caso vocês queiram mais notícias sobre o One D&D, deixe um comentário para registrar seu interesse.

Tchau e até o próximo Papo do Ladino !!!