Faaalaaa Poovoo!! Aqui é o Pikachu mais uma vez na coluna Papo do Ladino, hoje em parceria com o Rei do Block, para falar de mais um grande jogo brasileiro. Como vocês estão nessa quarentena? Espero que bem. Este é um review com as nossas impressões sobre o jogo Brazil: Imperial, um jogo com temática histórica, que começará sua pré-venda no dia 22 de abril, já sendo um jogo extremamente aguardado nacionalmente e internacionalmente.
Antes de prosseguirmos gostaria de avisar que jogamos o Brazil através do Tabletopia. Portanto não será possível analisar os componentes do jogo. Outro ponto é que, por ainda não ter sido lançado, o jogo pode receber pequenos ajustes nas regras, desta forma o que for apresentado aqui poderá não ser 100% definitivo.
Visão Geral
Brazil: Imperial é um jogo do designer José Roberto Mendes, que já é conhecido por aqui pelo lançamento do jogo Futboard. A editora que vai lança-lo em terras tupiniquins é a Meeple BR, além dela outras editoras internacionais já fecharam a distribuição do jogo em outros países, são elas: Super Meeple(França e Canadá), Maldito(Espanha, Portugal, Inglês EUROPA), Giant Roc(Alemanha), essas já estavam anunciadas, agora como novidade teremos também a CMON Ásia, distribuindo o jogo por toda Ásia e pela Austrália. Então podemos esperar que o jogo seja lançado em pelo menos 12 línguas, até o momento.
Brazil é um jogo estratégico que comporta de 1 a 4 jogadores. Dentre as suas mecânicas nós temos: Alocação de Trabalhadores, Colecionar Componentes, Construção de Baralho/Peças, Movimento de Área e Tabuleiro Modular.
O tempo de jogo é bem variável dependendo do número de jogadores, mas usaremos aqui o tempo médio de 100 minutos.
O tema do jogo é a colonização do Brasil e a exploração de seus territórios. No jogo cada um dos jogadores será um monarca tentando alcançar supremacia e influência nessas terras.
SETUP
Antes da partida começar, deverá ser escolhido qual o mapa que será jogado. O manual nos apresenta seis tipos de mapas diferentes, separados por número de jogadores e a facilidade de um confronto. Descrito nos mapas estão os pontos em que as capitais dos jogadores serão colocadas.
Nos tiles do mapas também existem informações como, tipo de terreno e pontos de exploração.
Os jogadores também deverão escolher sua cor (brasão). Cada cor possui tabuleiro próprio, podendo ter unidades militares diferentes dos demais. Além disso cada cor possui um mínimo de dois monarcas.
Cada jogador também receberá duas cartas de missão de cada uma das três eras, onde o mesmo deverá descartar uma e ficar com a outra.
Essas cartas mostram elementos que o jogador deve conquistar para poder passar de era. Quando um jogador passar de era(completando os requisitos da carta de era), todos avançam para a próxima também, mas somente aquele que que completou a carta irá ganhar o bônus que se encontra na carta. Sempre que um jogador completar uma carta de era, o mesmo tem o bônus de poder colocar um palácio em jogo. Cada jogador começa em seu tabuleiro individual, com 5 palácios, cada uma deles, possui requisito para poder ser colocado no mapa e também cada um rende recursos ou pontos, de acordo com sua iconografia. Vale ressaltar que um jogador pode completar uma carta de era passada que ainda se encontra em sua mão e ganhar o bônus da carta. Quando um jogador completar a terceira carta de era e a rodada for finalizada o jogo se encerra. O jogador que tiver mais pontos de vitória ganha o jogo.
Após escolhidas as cartas de era, o jogador deverá escolher qual será o seu monarca. Cada monarca possui poderes diferentes, aumentando a rejogabilidade.
Agora cada um dos jogadores deverá escolher a localização da capital do jogo nos pontos pré-determinados no mapa. Cada um desses locais dá recursos diferentes e até mesmo a posição de primeiro jogador.
Após as capitais terem sido colocadas, o jogo se inicia.
A Partida
A forma de jogar Brazil: Imperial é bem simples. Existem sete ações no jogo, descritas no tabuleiro individual do jogador. Um jogador deverá pegar um de seus brasões de era e marcar uma das ações e realizá-la. Depois de escolher e realizar sua ação, o jogador entra na fase de movimento, onde ele pode escolher uma de suas unidades no mapa e realizar um movimento com ela, após o jogador realizar sua fase de movimento e resolver um possível combate, é a vez do próximo jogador realizar, e assim por diante. Um jogador não poderá repetir uma ação em um turno sequente, ou seja, se a ação ‘construir’ for feita naquele turno pelo jogador azul, o mesmo deverá fazer uma ação diferente no próximo turno.
As ações do jogo são:
Convocar:
Coloca uma das 5 Unidades Militares disponíveis no Tabuleiro do Jogador no mapa, mediante o pagamento de seu custo que está indicado abaixo da mesma, e ganha 1 Carta de Combate. Caso esse espaço de ação tenha sido aprimorado, o jogador poderá recrutar mais uma unidade e receber também mais uma carta de combate.
Opcionalmente o jogador poderá colocar no tabuleiro, sem pagar nenhum custo, unidades dele que foram derrotadas.
Quadro:
Compra um dos Quadros disponíveis que estão revelados na mesa, mediante o pagamento de seu custo. O Quadro é então posicionado ao lado do tabuleiro do jogador. O Quadro será deste jogador até o fim do jogo e seus poderes podem ser ativados livremente a partir de sua compra. Caso esteja aprimorado, esse espaço de ação irá conceder um desconto de um recurso ao adquirir quadros, ou de uma moeda de ouro.
Quadros além de poderes, também rendem pontos de vitória ao final da partida.
Construir:
Coloca uma Construção ou uma Cidade no mapa mediante o pagamento do seu custo. Pegue 1 Construção disponível da mesa e a posicione adjacente à sua Capital, Cidades ou outras Construções suas no mapa, e nunca adjacente ao império de seu adversário. Imediatamente coloque sobre ela a Produção indicada. Isso é indicado pela engrenagem branca.
O jogador também poderá construir uma cidade, dessa forma ele a irá construir onde seu Monarca se encontra no tabuleiro. A cidade não precisa ser construída próxima a uma de suas construções, mas a mesma deverá seguir a regra de não ser construída adjacente a peça de um inimigo. Caso o local esteja aprimorado, ao fazer o pagamento dos recursos requisitados por uma construção, o jogador poderá pagar qualquer recurso, por cada um que seja solicitado.
Reformar:
Reformar têm o custo de um recurso qualquer para ser realizada e serve para duas finalidades, virar uma peça de construção, transformando-a em outra quando possível, ou para produzir novos recursos naquela peça. Em ambos os casos não podem existir recursos sobre a peça que está sendo reformada. Caso esteja aprimorada, seu custo de um recurso não será mais necessário.
Manufaturar:
Manufatura 1 dos Produtos disponíveis na parte superior do Tabuleiro do jogador, mediante o pagamento de seu custo que está indicado abaixo do mesmo. Os produtos manufaturados possuem formatos específicos e devem ser alocados de acordo com o seu formato na ação desejada pelo jogador, aprimorando uma ação ou reduzindo o custo da mesma. Caso essa ação seja aprimorada, ao pagar pelos próximos aprimoramentos, os jogadores terão o desconto de um recurso.
Porto:
Recolhe 1 Recurso qualquer da Caixa para o Estoque do Jogador. O Estoque do jogador suporta apenas 5 Recursos no total. Lembrando que, a produção de um jogador fica em cima de suas construções e não em seu estoque. Caso essa ação esteja aprimorada, o jogador também ganha uma carta de ouro.
Mercado:
O mercado serve para fazer trocas específicas e assim conseguir os recursos que o jogador precisa, além disso o mercado pode lhe render cartas de ouro.
Cartas de Ouro são cartas que valem como pagamento de ouro, além disso elas também podem render ações extras ou até mesmo pontos de vitória no final do jogo.
Movimentação e Combate.
Após o jogador realizar uma ação, ele ganha uma movimentação livre com uma de suas tropas. Além da movimentação livre, o jogador também ganhará movimentações adicionais específicas, de acordo com a ação por ele realizada no turno.
Ainda sobre a movimentação de tropas no tabuleiro, a mesma pode desencadear múltiplas situações. Quando um jogador entrar com uma tropa em uma peça de exploração, a mesma é revelada.
Se a peça for uma espécie desconhecida o jogador a pegará para si, formando uma coleção de componentes, quanto mais espécies desconhecidas o jogador tiver, mais pontos o mesmo irá ganhar.
Existem peças que, quando reveladas, também poderão lhe render recursos. Peças que quando construções são feitas em cima dela irá gerar recursos. Outras que podem aumentar a produção de recursos em construções adjacentes a ela.
Outras peças de exploração existentes são as peças de bandeira. Essas peças possuem força de combate e ficarão reveladas no tabuleiro. Quando algum jogador conseguir chegar na peça e igualar ou superar a força da mesma, ele ganhará o bônus descrito na peça.
Um outro ponto que a movimentação pode resultar é em um combate. Quando um jogador adentrar em uma peça de mapa contendo uma tropa de algum jogador adversário, ou uma construção inimiga, um combate se inicia.
As forças de cada um dos jogadores são comparadas (unidades, quadros, construções), e cartas de combate são jogadas. Ganha aquele que tiver a maior força de combate, em caso de empate a defesa leva vantagem. Aquele que perder o combate deverá voltar com suas unidades para o estoque em seu tabuleiro individual.
Considerações Pikachu:
A primeira vez que eu joguei o Brazil foi a dois anos atrás, quando o mesmo ainda tinha o nome de Mundus Imperial. Nesta oportunidade eu já havia falado com o José Roberto (design do jogo) sobre o grande potencial que o jogo tinha, pois amarrava muito bem as mecânicas com o tema.
Dois anos se passaram e o jogo que já era muito bom, ficou ainda melhor. Sobre as regras e o modo de jogar, muito se fala sobre a proximidade do mesmo com o Scythe, mas eu acho que o Scythe possui uma complexidade maior, com a questão de algumas ações serem melhores por gerarem mais moedas. No jogo você possui um esquema de marcar a ação pagar recurso e realizar a mesma, sem um benefício específico de tabuleiro para cada jogador, lembrando o Tapestry que deixa o jogo mais ‘livre’ para qualquer estratégia possível. Dessa forma eu falaria que o Brazil lembra um amalgama das mecânicas desses dois jogos.
Sobre o número de jogadores, eu já participei de partidas com 2,3 e 4 jogadores. Os mapas diferentes fazem com que o jogo sempre seja tenso, sem sentir que o mapa te dá ampla possiblidade de exploração, sem esperar ser atacado. O fator ‘ guerra fria’ sempre estará presente no jogo. Sobre o tempo do jogo, o mesmo aumenta com o número de jogadores. Ainda assim em grupos experientes e ‘acostumados’ com o jogo, mesmo em uma partida com 4 jogadores não creio que demorará mais que 60 minutos de jogatina.
A pontuação do jogo é bem variável uma vez que o final depende de alguém completar a terceira carta de era. Logo se um jogador acelerar para que a mesma seja completada a pontuação do jogo será mais baixa para todos. Ainda assim em quase todas minhas partidas a pontuação dos jogadores sempre foi muito próxima.
As diferentes habilidades de cada monarca são ótimas para aumentar a rejogabilidade do jogo, e algo fácil inclusive de ser aumentado em uma expansão. Eu compraria facilmente uma expansão que adiciona-se mais 8 monarcas por exemplo. Já sobre os tabuleiros individuais, a única diferença entre eles são as unidades militares e seus custos.
As referências históricas também são incríveis. Eu sempre gostei de jogos com viés histórico , mas ver um jogo nessa qualidade com a história do Brasil de plano de fundo me enche de orgulho.
Como joguei o jogo nestes últimos meses somente via tabletopia não será possível analisar seus componentes.
A arte do jogo é de encher os olhos, desde as cartas, monarcas e afins. Existem certos níveis de cuidado neste jogo que são surpreendentes, como por exemplo a peça do monarca se encaixar perfeitamente no tabuleiro individual do jogador formando uma imagem uniforme.
Brazil: Imperial é um jogo belíssimo de regras simples, mas com um nível estratégico excelente. Ele amarra muito bem o tema da história do Brazil com suas mecânicas, cartas e monarcas, deixando tudo muito imersivo. Eu como Brasileiro fico muito feliz em saber que esse jogo não é somente muito aguardado aqui, mas também lá fora, e que mesmo irá espalhar a nossa história aos 4 cantos do planeta Terra. Eu me surpreenderia se o mesmo não ganhar o Dragão de Ouro e o Prêmio Ludopédia como melhor jogo nacional. Mas premiado ou não , oque eu sei é que com certeza eu terei minha cópia !!!!
Considerações Jean:
Brazil, tem atraído minha atenção desde que era chamado de Mundus Imperial, confesso que com o hype criado, cheguei a ter um receio de que quando o jogasse, ele não atenderia as expectativas que criei sobre ele. Hoje na data que vos escrevo(incorporei até os monarcas aqui, rsrs), estou com exatamente 6 partidas dele e consegui jogar em todos os números de jogadores possíveis. Depois de toda essa saga de jogatinas e conhecimentos sobre o jogo, posso falar com tranquilidade, que Brazil, atendeu sim minhas expectativas, na verdade ele até as superou.
No jogo fica claro as suas inspirações a outro jogo que é também um dos meu favoritos, Scythe. Algumas características se assemelham bastante, mas um jogo NÃO anula o outro, todos dois têm pegadas bem diferentes, e o modo de jogar também os faz parecerem apenas primos distantes, pode ficar tranquilo que cabe sim os dois na mesma coleção.
Pra começar podemos falar do combate, no Scythe, acho ele muito mais presente e também mais recompensador, no Brazil, ele se faz mais custoso e por menos recompensas. Ali você deve, acredito eu, trabalhar melhor a ameaça que você consegue fazer com suas unidades, gerando uma guerra fria, do que o próprio combate direto em si. O medo, que você consegue colocar em seus oponentes com um movimento correto das tropas, pode fazer com que atrase bastante o jogo dos seus adversários, garantindo assim uma pequena vantagem nas ações.
A pequena assimetria que o Brazil possui, entre os monarcas e até mesmo nos tabuleiros individuais, deixou o jogo ainda melhor, fazendo com que cada partida, você tente novas estratégias e se adapte ao monarca e também ao estilo das unidades. No Scythe a assimetria é maior e talvez, com uma certa combinação dos tabuleiros, um jogador acaba por possuir bastante vantagem, ou mesmo, nenhuma vantagem.
Outro ponto que notei e achei muito interessante, foi a pontuação do jogo. Ele te premia, com quase tudo que você faz dentro do jogo, seja construções, quadros, tropas, melhorias entre outras coisas e, apesar de ser muita coisa a se pontuar, essa hora não é cansativa, prende os jogadores na expectativa, justamente por um outro ponto muito positivo(pelo menos pra mim), que é a sua pontuação apertada entre os jogadores. Como disse, estou com 6 partidas, não anotei a pontuação das 2 primeiras, mas as outras quatro, tenho elas aqui:
Como podem ver, a diferença de pontuação maior que teve do primeiro para o último jogador é de 20 pontos, isso em uma partida talvez até atípica, visto que as demais partidas, ficaram bem mais apertadas. Com isso, durante a partida os jogadores conseguem até ver quem está na frente, mas ao mesmo tempo, você consegue correr atrás e fazer uma virada na pontuação. Ainda usando a pontuação como base, uma outra coisa que notei, é que mesmo eu já conhecendo o jogo e em tese tendo vantagem sobre os demais jogadores, ganhei apenas 1 dessas 4 partidas. O que o faz ser um jogo que equilibra bem essa questão de novos jogadores, com jogadores mais experientes(ou eu sou ruim mesmo!). Ainda usando a comparação com o Scythe, já que essa comparação esta sendo feita pra todo lado, já tive partidas de Scythe, em que o último jogador ficou com uns 80 pontos de diferença para o primeiro, umas coisas bem absurdas assim. Nesse quesito de pontuação, Brazil equilibra melhor.
Não é que ele não tenha uma curva de aprendizado, ele tem sim, por exemplo no combate como citei acima, depois de algumas partidas, que você vai pegar a malícia de usar seu movimento, para ameaçar os demais jogadores. Em todas as minhas partidas, chegou um certo ponto do jogo, que os jogadores estavam simplesmente pulando o seu turno de movimento, acredito que quanto mais jogar, mais você irá pegar a maldade de usar esses movimentos e colocar aquela pulga atrás da orelha nos seus adversários.
Mas chega das comparações com Scythe, como disse, o jogo tem suas semelhanças, mas são bem diferentes um do outro. A única coisa que eu JEAN permito(até parece que tenho que permitir algo) falar que são parecidos, é que suas artes são simplesmente LINDAS. O cuidado que tanto o Zé, como toda a equipe por trás do jogo está tendo com a arte, é algo primoroso. Eu tenho falado desde que comecei no hobby ou mesmo no canal, que nosso país é tão rico em história e cultura, e que quase não se via jogos abordando isso. Brazil faz isso muito bem, é digno de carregar seu nome e ser sucesso não só aqui, como em todos os países que for comercializado, nossa história está muito bem representada no que o jogo se propõe, tornando ele ainda, um euro que você sente o tema presente, coisa que é difícil de se ver. Digo tudo isso, pois acredito eu, que nenhum outro jogo nacional, tem causado(ou causou) tanto hype, como o Brazil tem feito.
Uma coisa que me incomodou, mas eu entendo perfeitamente a decisão, é as cidades. Como elas podem ser construídas em qualquer local do mapa, elas acabam por não ficar localizadas exatamente onde deveriam estar. Mas isso acontece, somente no mapa do formato do Brasil para 4 jogadores.
Outro ponto que teria que testar mais vezes pra ver se realmente fica tão forte quanto eu achei, é o tile de bacia. Quando ele é revelado, todas as construções adjacentes a ele, passam a produzir um recurso a mais. Então dependendo do seu posicionamento, já que isso é feito aleatoriamente, pode beneficiar demais um jogador. Mas como disse, é algo que preciso jogar mais e ver se realmente faz tanta diferença assim.
Na explicação das regras, é fácil esquecer de algum detalhe, pois tem bastante ‘detalhezinho’ que acaba por desencadeado sobre certas circunstâncias, o que é normal nesse tipo de jogo, por isso é preciso ter bastante atenção ao manual pra que a experiência seja sempre a melhor.
Brazil me surpreendeu e muito, estou muito ansioso em ter uma cópia física e ver a qualidade dos componentes, pois a arte já tem o Selo É Lindo!!! Espero que o jogo agrade a vocês tanto quanto me agradou. Um Abraço e até o próximo texto.
Considerações Eduardo:
Levando em consideração que joguei o jogo apenas uma vez, então a minha opinião é uma primeira impressão e não uma opinião definitiva sobre o jogo.
Brazil aparenta ser um jogo bem maduro. Como poderia se esperar de um 4X, é um design bem complexo e, pelo menos numa primeira partida, se mostrou bastante satisfatório.
Dificilmente um jogo desse tipo consegue equilibrar os 4 “X” da questão. Nesse, o foco está no eXtrair e eXplorar, com o expandir (sic, eu sei que o português não é assim, mas é o preço que pagamos por usar a terminologia inglesa) vindo logo abaixo. O que faz total sentido temático. A história do Brasil Colônia é basicamente a exploração dos recursos naturais e as entradas e bandeiras que se meteram sertão adentro. Isso é muito bem trabalhado com a ideia da exploração dos tiles fechados.
A parte do combate o quarto X, que seria de eXterminar, está ali muito mais para te obrigar a se defender (não deixando os recursos dando bobeira para as unidades adversários que estão passando por perto), do que como uma forma de ganhar o jogo. Porem, colocar as unidades no tabuleiro é extremamente importante.
As coisas que me incomodaram: a) não há praticamente nenhum benefício em cumprir as missões de primeira e segunda era em primeiro lugar; b) a movimentação baseada nas ações me pareceu muito burocrática.
Coisas que eu gostei: o sistema de produção com a ação de reforma, a exploração dos territórios e toda direção de arte do projeto.
Jean e Pikachu já citaram as semelhanças com Scythe, que são bem aparentes. Mas, sinceramente, Brazil não é um jogo que se justifica pela mecânica e sim pelo tema. Existem outros jogos com essas ideias de mecânica. Mas nenhum deles você joga com o Pedro II, funda o Rio de Janeiro, e se inspira com os personagens da nossa história.
Talvez para muita gente isso fosse motivo para passar pano em eventuais defeitos do jogo ou, para aqueles que tem uma visão muito específica da história, seu conceito um tanto ufanista fosse motivo para detrata-lo.
Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Brazil não é um jogo perfeito, mas é um baita de um produto. O conceito foi muito bem implementado. Levando em consideração as necessárias licenças poéticas, você consegue imaginar como a Terra de Vera Cruz foi, de fato, disputada por todos esses impérios europeus e reviver os desafios que os Portugueses encontraram para manter o seu território.
Dia 22 é dia de descobrir o Brasil novamente!
Sensacional. Acompanho a produção desse jogo tem uns 2 anos e agora com os vídeos das jogatinas só confirmaram como o jogo é bom. Ansioso para tê-lo na minha mesa e jogar com amigos e a família. A história do Brasil muito bem representada no tabuleiro. Produção espetacular e que dá orgulho. Parabéns pelos textos e esse jogo vai ser topo de listas como um dos melhores do mundo.
Parabéns pela análise que fizeram do jogo, ficou ótima! Vocês conseguiram me deixar ainda mais ansioso para jogá-lo! hahaha Acho que esse é o jogo Brasileiro mais aguardado de todos os tempos, Toda a produção está caprichada, agora quero vê-lo na mesa!