Um dos sonhos de consumo de quem cria jogos de tabuleiro mundo afora é criar um jogo de grande saída, que consiga ganhar grande escala em nível mundial. Jogos que rompam a barreira do nicho dos jogadores frequentes e passem a estar presentes em noites de jogos de uma família comum.
Catan, Ticket to Ride, Carcassonne… alguns jogos de nicho já conseguiram este feito e seguem sendo cada vez mais jogados por aí e mais conhecidos. Eles vêm substituindo jogos como Monopoly e Jenga em muitas casas por todo o mundo. Mas se uma pessoa não faz parte do nicho dos jogos de tabuleiro, desconhece as lojas especializadas, onde ela encontra os produtos para comprar?
É aí que entra o ponto de venda. Uma das redes de lojas mais famosas do mercado de massa que comercializa jogos de tabuleiro é a Target. Muitas vezes, nos papos de bastidores do nosso mercado, ela é citada como referência até para a criação de novos produtos: “Este produto tem potencial para a Target”, ou “O jogo é ótimo, mas não consigo colocar na prateleira da Target.”
Por ser tão referência, é curioso imaginar como é o setor de jogos dentro de uma loja da Target. O que eles vendem? Como os produtos estão dispostos nas prateleiras? Pensando nisso, eu quis fazer este texto para mostrar quais jogos estão em uma loja de tamanho médio da rede e como ficam dispostos por lá. Vamos a elas?
Primeiro o Big 3 dos card games com diversos produtos em exposição Vários “buracos” na seção de Pokémon TCG Mais espaço dedicado a Magic: The Gathering e a Pokémon TCG Clássicos como Xadrez, Twister, Jenga e Rummikub também ocupam um espaço grande. Com o surgimento de Beth Harmon, o espaço do Xadrez deve aumentar ainda mais. Vários e vários jogos voltados para o Mass Market podem ser encontrados em uma loja da Target. Um pouco diferente do Brasil, vários são os títulos que têm exposição e apelo para um público mais generalista. Em meio a eles, podemos ver um solitário Ticket to Ride Apples to Apples é um dos mais clássicos party games no mercado americano. Junto dele, outros jogos familiares clássicos também são encontrados, incluindo títulos da editora inglesa Big Potatoes Games A linha infantil também é grande por lá E existem até empresas que criam linhas inteiras de produtos de forma exclusiva para as grandes lojas. A linha Chickle & Roar é vendida exclusivamente pela Target. Party Games e mais party games. Aqui começamos a ver mais títulos “de nicho”. Codenames é o principal, e o Fake artist goes to New York parece estar no lugar errado. Os jogos que seguem a linha de Cards Against Humanity têm espaço dedicado. Entre eles tem o já lançado no Brasil: Exploding Kittens E na seção mais específica de jogos mais nichados, temos produtos licenciados, como Villainous e Jaws, além de uma seleção de jogos casuais e familiares.
Vendo e analisando as fotos, fica a impressão que jogar em família parece ser uma atividade mais comum nos EUA que aqui no Brasil. Os jogos de nicho parecem estar ganhando espaço e se tornando mais mainstream. Os jogos de licenças e propriedades intelectuais como Villainous e Jaes parecem também ser um bom caminho para entrar em uma loja como essas. Além disso, a febre do Cards Against Humanity parece não ter sido superada ainda.
E aí, o que você achou desse espaço para jogos na Target? Qual loja ou rede de lojas brasileira você vê como um possível local para os jogos de tabuleiro serem mais vistos por aqui? Deixa aí nos comentários.
Renato, excelente tópico.
Essa é uma barreira que nós precisamos achar um jeito de vencer.
Eu não digo supermercado, mas eu diria que a meta são duas: lojas americanas e hi-happy.
Eu não sei o que tem que ser feito. Mas, com certeza, o pedantismo se boa parte dos hobbistas contra jogos familiares não ajuda. Nós, convertidos, deveríamos que é nosso dever jogar esses jogos de entrada com prazer com novatos, para podermos formar público.
É que nem o cinema: para poder fazer um “a lista de schindler”, Spielberg fez fama fazendo “et” e “caçadores da arca perdida”.
Os jogos pesados e autorais não se pagam sozinhos. Se nós os queremos, temos que apoiar os bons evergreens que existem .
Fala, Eduardo. Beleza?
Com certeza, para existir cinema de arte tem que existir blockbusters. Acho que essa questão de alguns jogadores não quererem uma expansão do mercado tem muito a ver com sensação de pertencimento, faz parte de tudo que tá no começo, que ainda é “coisa de nerd”. Aos poucos a própria realidade vai acabando com essas barreiras.
Valeu por sempre acompanhar e comentar.
Abraços
Eu adoraria ver jogos como Hive, Santorini, Fotossíntese, The Climbers, Animal upon Animal, Kingdomino, Pandemic, Ploy, Blindside, Khet, Proteus, Tile Chess, e outros semelhantes, ao lado de Rummikub em redes como Lojas Americanas e Ri Happy. De jogos pesados, bastaria um Stone Age. E tá bom demais!
Acho que livrarias poderiam ser um bom espaço pra vender os jogos de tabuleiro. Eu costumava comprar em uma na minha cidade. Lá tem seções de HQs super bonitas. Poderia haver uns jogos mais leves também. Até porque muita gente ainda procura presentes pra dar em livrarias. Fora os pais que querem algum presente diferente pros pequenos.