Faaala Povo!! Hoje vamos reunir a tropa de exploração no porto do Covil dos Jogos e vamos partir em busca dos Tesouros Escondidos. Uma equipe fantástica contando com 12 integrantes, partem em busca dessas relíquias! Pegue seu binóculo, apronte a sua bússola, desdobre seu mapa e venha comigo atrás dos Tesouros Escondidos.
Rafael Studart – De Quem é a Vez?
In the Year of the Dragon

Teria uma lista enorme de jogos que gostaria de indicar aqui. Jogos que merecem o devido respeito e atenção. Lamento muito, por exemplo, o fato de Gizmos ter passado despercebido por tanta gente no Brasil. Porém, vou cavar mais fundo e voltar uns 13 anos no tempo pra falar do jogo punitivo que eu mais gosto: “In the Year of the Dragon”.
Esse jogo ame-ou-odeie, é o típico exemplar diferenciado de Stefan Feld, meu projetista queridinho. O que me fez gostar dele é que o punitivismo é declarado e não uma consequência escondida em uma mecânica de jogo que irrita os participantes depois que já é tarde demais. Ou seja, você sabe onde está se metendo e de onde terá que sair.
Nesse ano catastrófico, em que pragas, invasões mongóis, seca e fome assolam a China, os participantes terão que planejar bem como lidar ao longo dos 12 meses, vulgo rodadas, com essas tragédias que vão aparecendo mês a mês.

Acho bem pertinente falar sobre esse jogo em 2020 porque creio que ele merece uma atualização pra esse ano cão que estamos vivendo. Seria facilmente adaptável inclusive. Gostaria de ler nos comentários quais seriam as principais tragédias que precisaríamos contornar, se essa adaptação rolasse.
Aliás, queria agradecer pelo convite! Já estava querendo fazer esse intercâmbio lúdico com a galera do Covil faz tempo!
Victor Lagmolia & Thati Lopes – Pino Verde Boardgames
Thati Lopes – Victor Lagmolia – Pino Verde Boardgames
Coloretto

Coloretto foi um jogo que o amigo Rafael Studart indicou e disse: “Quando achar, compra. Vale a pena!”
No ano passado estávamos em uma livraria em portugal e achamos o joguinho vendendo na boca do caixa. Não botamos fé, mas como era barato, levamos! Foi uma ótima surpresa. Nele os jogadores compram cartas de um baralho central e distribuem em fileiras (com limite). Os jogadores tem duas opções de ação: a de pegar uma carta do monte de compras e colocar em uma das fileiras disponíveis, ou pegar uma das fileiras e posicionar as cartas na sua frente. No final de cada turno todos os jogadores acabam pegando uma fileira que atinge o limite de cartas. Simples assim!

A pontuação se dá de acordo com a quantidade de cartas que você tem na sua frente ao final do jogo, porém apenas 3 cores pontuarão positivamente e o restante será ponto negativo! Quantas mais cartas de uma cor um jogador tiver, mais pontos consegue (pra menos ou pra mais). Vence o jogador com mais pontos.
Um excelente jogo de bolsa pra levar para qualquer lugar. Bom para abrir ou fechar a jogatina!
Jéssica Cazelato – CIA OFF
Santa Maria


Aquele jogo que precisa ser jogado, desgosta-lo é como apreciar uma verdadeira obra de arte para assim entender seu valor. Em Santa Maria somos colonizadores da ilha de Santa Maria querendo se destacar entre outros colonos, com isso podemos especializar o povo sendo monge, na trilha do embaixador, atender o porto com nossas especiarias, montar nossa cidade, sendo ela a mais rentável e tudo isso com um formato de alocação de dados genial, e quem pensa que está sujeito a sorte, só por ter dados na mesa, está completamente enganado, existe o fator estratégico bem forte presente sim! E como tem, você rola os dados no início e precisa alocá-los de maneira, que aquilo lhe retorne múltiplas ações e benefícios em todo turno, fazendo com que o jogo fique empolgante.

Sem contar a montagem de sua cidade, que é em formato de tétris, está aí outra vertente do jogo que dá mais um elemento interessantíssimo e claro estratégico, Santa Maria você nunca joga o mesmo jogo quando abre a caixa, sempre terá inúmeros desafios pela frente na ilha de SANTA MARIA.
Fabrício – AfterMatch
Fabricio Ferreira – After Match
Santa Maria


E ai rapaziada que lê o Covil!! Eu sou o Fabrício e hoje eu vou… pasmem… EU VOU ESCREVER UM TEXTO!!! Meu brother Jean (sempre foi meu preferido), me convidou para eu falar sobre um jogo que ninguém fala muito e que merecia mais sua atenção, ou como ele se refere, um tesouro escondido.
O jogo que eu escolhi foi o Santa Maria. Eu realmente não sei como esse jogo não fez sucesso por aqui. Santa Maria entrou no meu radar antes mesmo de ser anunciado em terras tupiniquins. O Eilif Svensson (tá ligado que o sobrenome do cara tem 8 letras e só duas vogais?) virou meu queridinho na época por causa do Avenue (que foi lançado lá fora depois do Santa Maria, mas chegou aqui antes) e quando fui procurar por mais jogos dele, achei o Santa Maria. O nome já chama atenção (era o nome da Nau de Colombo quando descobriu a América), mas o que me dominou foi a mecânica de alocação dos dados. Eu gosto muito quando um jogo usa um “pool” de dados em comum (tipo la Granja e Lorenzo), o azar/sorte é coletivo e quem souber fazer a melhor seleção de dados (que não necessariamente é pegar o de maior valor) e alocação dos mesmos, terá o melhor desempenho. Junte-se a isso a forma como as ações são ativadas e a colocação de peças para fazer a ligação entre as vilas, pronto… temos um jogo que faz feliz os dois “Fabrícios”, o jogador e o Arquiteto.

Para terminar, quero deixar aqui meu convite para você jogar pelo menos uma vez o jogo e comentar sobre o que achou dele. Acho que ele foi deixado de lado por ter dados, e como ele é um jogo mais voltado pro público Euro, isso assusta os empurradores de cubo, mas não chamou a atenção dos roladores de dados… Isso fez Santa Maria ficar em um limbo entre os dois mundos mais característicos dos jogos de tabuleiro.
Muito obrigado por dedicar seu tempo lendo esse texto, um beijo, forte abraço, se for sair de casa coloque uma máscara!! Até mais!!
Leandro Zombie – Meeple Maniacs – Meeples & Nipples
Boardgamer desde 2009 (ou talvez antes. Eu sou péssimo com datas).
Produtor de conteúdo sobre BG ( @leandro_zombie) e host do Meeples & Nipples Podcast desde 2017.
Co-host do programa Meeple Maniacs da MeepleTV com Jack Explicador desde 2019.
Ameritrasher desde sempre!
Unreal Estate

Fala, galera do Covil!
Aqui quem fala (ou escreve, para ser mais preciso) é Leandro Zombie. Tudo certinho?
Nosso querido Jean me convidou para apresentar um pequeno texto (ou textículo, por que não?) para a coluna TESOUROS ESCONDIDOS do blog do COVIL DOS JOGOS. Desde já, peço desculpas pela demora e agradeço a invitação.
Hoje conversaremos sobre UNREAL ESTATE.
UNREAL ESTATE é um filler rápido (partidas em torno de 20 minutos) de autoria de Jason Slingerland (Water Ballon Washout – 2013 e Into the Black Forest – 2019) e arte de Corinne Roberts. As principais mecânicas deste cardgame de 2-5 jogadores são: coleção de componentes, seleção de cartas, gestão de mão e toma essa. Neste jogo, nós somos arquitetos que foram escolhidos pela Câmara da cidade de Guildmore para a elaboração de um distrito fantástico. Quem apresentar o melhor projeto (obtiver mais pontos de vitória ao final), será o vencedor. Ele foi lançado lá fora pela Grand Gamers Guild (2017) e aqui pela GEEKS N’ORCS (2019).
Se você ainda não o conhece, deveria.
Primeiramente, as ilustrações são bem bonitas e o aquarelado da arte te ajuda a entrar no clima.
O jogo possui a mecânica de toma essa, mas apenas 6 cartas (sorteadas de um total de 20) estarão presentes em cada partida e você sabe quando alguém as compra, o que te permite pensar estrategicamente e se preparar para quando ela for usada. Ou seja, as cartas de efeito, da forma como foram implementadas, não tornarão este, um jogo de sorte e caos no qual vence quem obtiver as mais poderosas cartas. A sorte colabora, mas está longe de ser tudo.

A principal questão do jogo é você entender o timming de cada rodada e da partida. O jogador pontua baixando as cartas da sua mão. Entretanto, é necessário que exista uma carta correspondente na fila de pontuação (chamada de Gaveta de Projetos). Cada vez que um jogador pontuar uma determinada construção, ela sairá da Gaveta de Projetos e você deverá esperar que outras apareçam. Como o número de cada carta de construção é limitado, pode ser que isso não ocorra e você “micou” com várias cartas na mão. É preciso estar ligado, a todo momento, nas cartas que estão sendo compradas e nas cartas que poderão ser pontuadas, para que seja dado o block no momento certo (tenho certeza de que o Jean curtirá essa parte, em particular).
As partidas são tão rapidinhas e gostosas que, sem perceber, terá jogado 4 em sequência e o que deveria ter sido um mero acepipe virou o prato principal.
Fica aqui a minha singela contribuição e espero ter, pelo menos, despertado a curiosidade dos leitores para UNREAL ESTATE.
Forte abraço, meus queridos!
Fabs Fabuloso – Covil dos Jogos
Scarabya


Olá, pessoas fabulosas! Fui convidado pelo rapaz do selo “É lindo” para falar sobre um jogo que eu considero um “tesouro escondido”. Para essa mini análise, escolhi o jogo Scarabya, lançado aqui no Brasil pela Galápagos, criado pelos designers Bruno Cathala e Ludovic Maublanc.
Em Scarabya, os jogadores assumem o papel de líderes de uma expedição em busca de tesouros em forma de escaravelhos espalhados pelo mundo. Cada jogador monta o seu tabuleiro individual usando quatro peças. Isso vai garantir, além da assimetria, variabilidade entre as partidas.
Após a montagem aleatória dos tabuleiros, existirão alguns espaços vazados que deverão ser preenchidos com as miniaturas de montanhas.

A partir daí o jogo acontece como uma mistura de bingo e Tetris. Cada jogador tem em sua reserva exatamente as mesmas peças, de diversos formatos, similares a peças de Tetris. Existe também um baralho de cartas, onde cada carta representa uma dessas peças.

A rodada começa ao revelar a carta do topo desse baralho. A partir daí, cada jogador deve identificar a peça representada na carta, pegá-la do seu estoque pessoal e posicioná-la no seu tabuleiro individual. A primeira peça da partida, deve ser posicionada cobrindo um dos 4 quadradinhos centrais do tabuleiro. No decorrer do jogo, as demais peças devem ser posicionadas adjacentes a outra peça que já esteja no tabuleiro.
Assim o jogo segue rodada após rodada, revelando uma carta, identificando a peça e alocando no tabuleiro.
O objetivo dos jogadores é utilizar essas peças para criar áreas de, no máximo 4 quadradinhos, que contenham pelo menos 1 escaravelho. Cada escaravelho naquela área então, passa a valer pontos igual ao tamanho daquela região, por exemplo: Se um jogador conseguir cercar uma área formada por 3 quadradinhos contendo 2 escaravelhos, cada escaravelho ali dentro vai lhe render 3 pontos no final do jogo (totalizando 6 pontos).
Scarabya é um delicioso quebra-cabeça tático, onde você precisa pensar na sua melhor jogada possível a cada turno. É um jogo que dura no máximo 30 minutos, pois todos jogam ao mesmo tempo, colocando cada peça em seus tabuleiros individuais. É um jogo muito divertido que merece a sua atenção, especialmente nessa black Friday 😉

Rafael Sanzio Borges Lima – Casa NERD lol
Vast: As Cavernas de Cristal


A beleza de um jogo assimétrico está no equilíbrio que o designer conseguiu criar entre os jogadores e o quão diferente entre si, e especiais, eles podem ser. Um poder aqui ou habilidade ali não basta para ser um verdadeiro assimétrico e as chances de começar uma bola de neve de erratas por causa de um balanceamento errado é grande. Vast: As Cavernas de Cristal, de Patrick Leder e David Somerville, é um exemplo de assimetria e ao mesmo tempo de cuidado em criar personagens únicos para cada jogador.
O jogo é de 1 a 5 jogadores, com várias variantes que mesclam partidas entre os cinco personagens existentes: Cavaleira, Goblins, Dragão, Caverna e Ladrão. Com todos os personagens, cada um se conecta ao outro para cumprir seus objetivos ou ter ações para atrapalhar os outros jogadores – cada um precisa fazer a sua parte, conhecer bem seu personagens, vantagens e desvantagens, para produzir uma partida épica. Deve ser justamente por isso que muitos correm do jogo, ele não é fácil de assimilar – e como muitos assimétricos, são necessárias várias partidas para dominar suas estratégias.

Por exemplo, com o papel da Caverna, o jogador não deve apenas puxar fichas de ação e em toda oportunidade detonar os outros jogadores. É preciso prolongar a partida tempo suficiente para o desmoronamento da Caverna, o que significa, atrapalhar quem está claramente na frente e ajudar (!) quem está muito atrás. Porque, tentando atrapalhar todos, em algum momento alguém irá se sobressair e com todos os outros em desvantagem, eles não poderão te ajudar no atraso de quem está perto da vitória.
A sensação de estar jogando seu próprio jogo, mas conectado com os outros jogadores, é nítida e flui de forma muito suave, o que indica uma boa assimetria. Ao final do livro de regras existe todas as variantes para os personagens escolhidos para a partida, com cartas e mudanças de regras pensadas para a ausência de determinado personagem do jogo. Além de escala de dificuldade, para caso entre os jogadores exista alguns menos experientes. Vast: As Cavernas de Cristal traz um jogo único, mas também a possibilidade de moldá-lo para a sua realidade – e olha que nem falei sobre os tipos de terrenos diferentes que podem entrar no jogo para mudar ainda mais a experiência!

O visual de Vast: As Cavernas de Cristal condiz com essa mistura de tipos de jogo, escolhendo uma arte cartoon de fantasia medieval – aqui funciona, ok Descent? E a versão brasileira trouxe opções entre cartonados “ameritrash” ou peças um pouco mais “euras” por assim dizer – eu gosto de misturar as duas, geralmente os personagens ficam como cartonados e os recursos as peças de madeira.
Mas porque eu considero o jogo um Tesouro Escondido? Ao menos aqui no Brasil. O timing de lançamento não poderia ter sido mais desafortunado. Previsto para meados de 2017 pela Ludofy Creative, o jogo acabou sendo lançado em abril de 2019, dois meses antes da chegada do badalado Root pela Meeple Br! Provavelmente o marketing para o Root foi mais intenso, pincelando sua chegada muitos meses antes e Vast, lançado lá fora em 2016, não teve chance de se impor contra um novo assimétrico bem menos intimista, não era uma luta entre personagens dentro de uma caverna e sim facções tentando dominar um reino!
Portanto, muitos preferiram partir logo para o próximo passo dos jogos assimétricos, ao invés de dar uma chance ao Vast. Outro ponto que impediu que muitos apreciassem o jogo da devida forma, foi a barreira do manual e como o pessoal responsável por ele decidiu ensinar o jogo. Particularmente não vi dificuldade em entender o processo de aprendizagem, mas houve muita reclamação sobre, e isso, terminou de sepultar os curiosos pelo jogo. Há jogos que conseguem explicar suas regras com apenas a leitura, mas Vast é um daqueles que é necessário montar o jogo e jogá-lo enquanto lê as regras, para uma melhor visualização de suas mecânicas gerais e específicas de cada personagem. O trabalho do candidato a dono do jogo também é redobrado, pois como os personagens são únicos, você tem a sensação de estar aprendendo a regra de mais de um jogo dentro do jogo e ter que repassar as mesmas para cada outro jogador é uma tarefa árdua e de memória – por isso a necessidade de jogadores experientes e dispostos a entender e estudar os próprios personagens antes da partida.
Vast: As Cavernas de Cristal demorou muito para aparecer no Brasil e quando veio enfrentou um concorrente pesado. Por isso é um Tesouro Escondido, que ressurge com promoções que tentam desencalhá-lo, mas se você embarcar na aventura criada por Patrick Leder e David Somerville – haverá partidas incríveis com seu grupo de jogos.
Rafael Coelho – Lost Token
Capitão Sonar


Tendo chegado ao Brasil no segundo semestre de 2018 pela Conclave, Capitão Sonar veio numa onda de muitos lançamentos e talvez por isso tenha sido um pouco ofuscado. Some a isto uma pandemia que impede grandes grupos de se reunirem pouco tempo depois e pronto, tá escondido o jogo.
Mas não se engane, Capitão Sonar é uma experiência única para grupos grandes! Aqui, os jogadores se dividem em duas equipes, cada uma controlando um submarino que se move secretamente tentando derrubar o outro.
Cada uma das equipes tem quatro papéis distintos que são assumidos pelos tripulantes: O Capitão, o Imediato, o Operador de Rádio e o Engenheiro. O bom funcionamento do submarino depende de um trabalho muito bem sincronizado e bem feito por parte de todos os tripulantes.

Ao capitão cabe decidir a direção em que o submarino vai se mover, além de ser a ponte da comunicação entre todos os jogadores. Ao engenheiro, cabe o manejo dos sistemas do submarino, como armas, sensores, estruturas, etc. O imediato é quem condensa as informações vindas da engenharia e informa o capitão das condições da embarcação e por fim o Operador de Rádio tem a árdua missão de descobrir onde o submarino adversário se escondeu.
No começo da partida, cada equipe recebe um mapa quadriculado (ao melhor estilo batalha naval) e uma canetinha. Cada movimento que o submarino faz tem que ser dito em alto e bom som (o capitão deve dizer “Norte”, “Leste”, “Sul” ou “Oeste”), para que a equipe adversária escute e tente deduzir a partir deles a posição do submarino inimigo.
A experiência é única e ao final de cada partida sempre fica aquela sensação boa de quero mais.

Por outro lado, como pontos negativos, o jogo não roda bem com menos de 6 pessoas (vamos deixar ele pra 2021, falta pouco, amigos) e é um jogo em equipe, o que costuma afastar algumas pessoas. Se nenhum desses fatores é um problema, Capitão Sonar é uma excelente pedida.
Fel Barros
Cetro de Zavandor

Cetro de Zavandor é certamente o que eu chamo, carinhosamente, de um verdadeiro Gabarito. Poucos sabem que o autor também fez um outro jogo , um pouco mais conhecido, tal de Terra Mystica.
Baseado em um clássico da década de 80, o Outpost, o Zavandor foi meu primeiro contato com o que , mais tarde, a gente passaria a chamar de engine building. Fui apresentado a ele em 2007, pelo meu querido amigo , Victor Caminha, na época, conhecido como Victor Zavandor pelo seu apreço ao jogo.

Nesse jogo, nós somos aprendizes de feiticeiro, encantando gemas para conquistar o Cetro de Zavandor. O tema , apesar de deixar o jogo bonito, é inexistente. Ele é um jogo econômico, assimétrico, com essa roupagem de fantasia medieval. Um leilão oferece a interação entre os jogadores , sempre constante, além de múltiplos caminhos para construir seu jogo e personagens bem diferentes (não tanto quanto Terra Mystica) possibilitam uma rejogabilidade incrível.

13 anos, Zavandor continua entre os meus jogos prediletos. Nunca abandonou minha coleção e, apesar de ser pouco conhecido, certamente está entre os grandes euros dessa década 2000-2010.
Renato Simões – Geeks n’ Orcs
Terra


Quando o Jean me convidou para escrever esta indicação para vocês, o mais difícil foi achar o jogo certo para indicar. Quem me acompanhou na saga do Top 100 sabe que eu falo muito bem de alguns jogos pouco falados por aí, então eram muitas opções para um única dica.
Depois de pensar, cheguei a uma conclusão: eu preciso indicar algo subvalorizado e ÚNICO. Por isso, minha indicação aqui é o único jogo do nicho que pertence a uma categoria conhecida de muitos brasileiros: Jogos de Trivia (Quizes, Master, Quest e afins).
TERRA, lançado no Brasil pela Devir, é um jogo de conhecimentos gerais incrível. Ele possui leves características de um jogo de apostas com um grande twist em jogos de conhecimento. Não se pontua apenas por saber as respostas, mas se você se aproximar delas, você também pontua.

São sempre 3 categorias em destaque para cada carta do jogo, com respostas corretas em cada uma das categorias. Você, na sua vez de jogar, aposta em uma única resposta ou passa sua vez. Caso passe, não pode mais apostar naquela rodada, caso aposte, é a vez do próximo jogador e, quando voltar em você, você pode apostar mais um de seus palpites ou decidir parar. Quando todos passarem ou não tiverem mais palpites, as respostas corretas são consultadas. Cada palpite correto vale 7 pontos, os palpites adjacentes aos palpites corretos valem 3 pontos. Cada palpite errado faz com que o jogador perca um palpite para a próxima rodada.

Este excelente jogo, que você precisa conhecer, é de autoria do mestre Friedemann Friese, o cara dos jogos verdes e com F. Você pode até se perguntar: “Mas este jogo não começa com F, porquê?”. A resposta é simples: o original se chamava Fauna.
Jean – Covil dos Jogos
Papua


Papua é um jogo lançado aqui no Brasil pela Devir, que possui uma excelente qualidade em arte e componentes. Junto á isso, ainda tem um ótimo custo, o que me faz pensar o porque de ser um jogo que não caiu muito no gosto dos jogadores aqui no Brasil.
No jogo cada jogador vai liderar um equipe em uma expedição, os jogadores realizam ações através de alocação de dados. Cada local vai haver um valor de dado para que o jogador possa realizar essa ação. Mas o legal é que em cada rodada o primeiro jogador que determinará o valor do dado de cada local de ação, pois de acordo com sua alocação que os demais jogadores saberão onde poderão usar seus dados.
Além disso o último jogador em cada rodada irá antes, bloquear um local para que não seja utilizado durante a rodada atual.

Acho que o jogo por ser um euro e conter dados, tenha afastado alguns jogadores, mas a sorte em Papua é quase mínima. O jogo tem uma certa interação entre os jogadores e as partidas são sempre muito divertidas e tensas.
Se você ainda não conhece Papua, você consegue encontrá-lo em ótimo preço e se curtir Euro com dados, será uma ótima aquisição.
Paulo – Covil dos Jogos
Cidades Submersas


Fala Povo! Primeiro agradeço o convite do Jean para falar de um ótimo jogo que não teve os holofotes que deveria!
Cidades Submersas foi uma grande sucesso internacional (no momento em que escrevo está 49 no Ranking do BGG), contudo no Brasil passou quase despercebido.
Com uma temática interessante, a Terra está superpovoada e a única chance da humanidade é expandir através de cidades submarinas, e um novo uso para a já desgastada alocação de trabalhadores, o jogo merece a atenção dos jogadores que curtem uma complexidade média e uma boa dose de estratégia.
Em seus tabuleiros individuais, os jogadores devem expandir sua rede de cidades de maneira sustentável. O que além de lhe render pontos, deixa a mesa bem bonita com os domos das cidades.

As cartas são o coração do jogo, elas tem cores que equivalem aos locais de alocação, além de diversas habilidades.

Quando você usa uma carta da mesma cor do local que está alocando, você faz mais ações. Portanto, uma boa gestão de mão vai te ajudar a ir bem no Cidades Submersas. A cereja do bolo fica para o modo solo, desafiador e inteligente, uma ótimo pedida para os solo gamers.
Agora eu gostaria de agradecer as todos que tiraram um tempinho e aceitaram a minha ideia de fazer um texto ‘compartilhado’, espero que tenham gostado de participar e mais uma vez um muito obrigado!
E vocês meus caros leitores, deixem aqui nos comentários quais outros tesouros escondidos vocês também conhecem, se acham que tem conteúdo para uma terceira parte quem sabe e quais convidados vocês gostariam em um futuro novo texto.
Muito obrigado por terem lido, um grande abraço e até o próximo texto!