Na minha opinião, o hobby dos Board Games tem como principais características a variedade de experiências que os jogos podem proporcionar e a descoberta das mesmas pelos jogadores.
Se você é um enxadrista, seu objetivo é aprender tudo o que for possível sobre o Xadrez. Você dificilmente joga outra coisa, ou pelo menos não no mesmo nível de dedicação.
Mas esse não é o nosso caso, o jogador de jogos modernos é uma espécie de decatleta. A maioria dos jogadores vive uma espécie de “Endless Summer Nerd”, sempre em busca da “experiência perfeita”.
E, como no turismo, essa busca pede um mapa e guias. Ante o oceano de milhares de jogos lançados, quais eu devo buscar jogar e aprender?
Daí surgem problemas: sendo os jogos tão diversos, projetados para gerar experiências diferentes, como avaliá-los e compará-los?
Vamos pegar dois exemplos: Dixit e Brass (não por acaso, é o meu jogo favorito). Na minha opinião, é impossível dizer que um é absolutamente melhor do que o outro.
Será justo eu dizer que Brass é melhor apenas porque ele é um jogo claramente mais complexo? Seria avaliação mais relevante do que a de alguém que considere que a experiência de Dixit é mais acessível e agradável, que estimula mais a criatividade?
Ou essas avaliações no fundo dizem mais sobre quem as está realizando do que sobre os jogos em si?
Isso não seria grande problema se o hobby não fosse OBCECADO POR RANKINGS. Muita gente acha que é super relevante ocupar o topo dessa pirâmide. E brigam e discutem porque seus jogos favoritos estão ou deixam de estar ali.
Pensando sobre isso fiz algumas análises (primárias, reconheço) sobre o ranking do BGG e quero discuti-las aqui. Mas antes quero falar um pouco sobre as dificuldades da criação de listas e rankings e também sobre a influência de Tom Vasel e de sua Dice Tower nessa obsessão por Top 10s.
Este é um texto claramente polêmico. O meu objetivo não é ter a palavra final, mas verificar as reações dos leitores. O BGG é um espelho fiel das preferências do público? Ou deveríamos buscar outras coisas?
O Instinto de Enumerar e Classificar
O desejo de controle e organização das coisas que o rodeiam está com o homem desde os primórdios da civilização. Nas cavernas de Lascaux o homem já desenhava os animais que conhecia como forma reconhecê-los e controlá-los.
Do “Catálogo das Embarcações” da Ilíada até o “Rap das Comunidades” (que lista senão todas, a maioria das favelas do Rio de Janeiro), vemos como a necessidade de enumerar e descrever as coisas em sua completude é algo que o homem apresenta não só no seu cotidiano, mas também nas artes e no folclore. Não seriam os jogos de tabuleiro que ficariam de fora disso.
Mas não basta lista-los, pois os jogos são muitos. É preciso organizá-los. E para isso criam-se ontologias, isto é, modelos de conceitos de semelhança e diferença de modo que as coisas (no nosso caso, os jogos) possam ser agrupados de forma racional. Daí vem os diversos níveis de classificação que utilizamos para organizar os jogos: euros, gateways, jogos familiares, etc.
Esses modelos ajudam. Mas às vezes também aumentam a confusão. Porque é difícil criar definições que tenham ao mesmo tempo bom poder explicativo e que evitem contra-exemplos. Elas quase sempre deixam espaços de sombra.
Um exemplo recente foi a Live aqui do Covil sobre Ameritrashes (foi a de número 157 para quem quiser procurar). Quem assistiu provavelmente reparou que os participantes discordaram bastante sobre os critérios que cada um utiliza para classificar um jogo como Ameritrash. E naturalmente, eles discordavam das classificações dos colegas.
Isso acontece porque é melhor trabalhar com uma definição abrangente (e falha), mas que funciona na maior parte dos casos, do que gerar inúmeros rótulos que são precisos, mas que abarcam cada vez menos jogos.
O que é “ser melhor”? A Dificuldade em Ranquear
Como vimos, se já não é muito fácil criar grupos de jogos de forma precisa, a coisa piora quando tentamos colocar os jogos em alguma ordem de mérito. A coisa se torna muito mais complexa!
Para não cair de cara na polêmica, vou usar o exemplo de uma atividade que é ainda mais fanática por rankings: o futebol americano universitário.
A principal divisão das NCAA é formada por mais de 120 universidades, que são organizadas em conferências regionais. Essas conferências produzem campeonatos internos para decidir seus campeões. A temporada é curta (apenas 15 jogos, em média) e é impossível fazer qualquer tipo de competição que consiga filtrar de forma objetiva os melhores times.
Atualmente existe um processo bizantino (do qual participam notáveis, o que incluía a secretária de estado Condoleezza Rice) para escolher as 4 escolas que jogarão as semifinais e poderão eventualmente tornar-se as campeãs nacionais.
É bizarro? É. Mas, acredite, isso já foi um avanço. Durante a maior parte do século XX, o campeão (e não 4 semi-finalistas) era definido NUMA VOTAÇÃO DA IMPRENSA.
Se você não coloca os times para jogar entre si, como avalia qual deles é o melhor? Pelo retrospecto? Mas eles jogam com adversários de qualidade muito diferente. Pelos placares? Aí os times começam a forçar a barra marcando amistosos (cada time tem direito a alguns) com times muito fracos (denominados cupcakes) e fazem placares vergonhosos (no Futebol Americano a ética é que um time que está com o jogo ganho para de forçar jogadas de ataque em troca de queimar o tempo de jogo, evitando lesões dos dois lados).
O que vale mais, uma vitória de 70-0 no que é basicamente um jogo treino ou uma derrota de 21×20 para um adversário tradicional, num jogo muito pegado? É duro decidir…
Quando sobravam apenas dois times invictos era relativamente tranquilo. Mas quando haviam 3 times com apenas uma derrota, pode acreditar que a confusão estava formada. Ou pior, quando um time com uma derrota era dado como melhor que um time sem derrotas? E tudo isso aconteceu. E todos os modelos falharam, com decisões estranhas que fugiam ao senso comum. Ao ponto que resolveram simplesmente escolher pessoas acima de qualquer suspeita e jogar a responsabilidade para elas.
Não pense que isso resolve o caso. Existe muita reclamação quanto a tendências na escolha de times de uma conferência sobre a outra, devido a questões como tradição e até interesses mais objetivo$ (interesse das tvs por determinadas escolas mais populares).
Voltando aos jogos, nossos rankings não chegam a ter tanto poder de decisão. Mas será que eles não possuem tendências (bias) não divulgadas?
Dice Tower e a “indústria do TOP10
O Youtube se tornou a principal mídia para divulgação de conteúdo sobre boardgames. Realmente, dado o aspecto físico do jogo, é muito difícil falar sobre um jogo sem apresentá-lo. O vídeo traz a possibilidade de se fazer gameplays e reviews de uma maneira muito mais completa do que conseguimos fazer com texto, além de exigir muito menos dos espectadores (infelizmente vivemos uma época em que as pessoas leem cada vez menos).
A Dice Tower é uma das principais geradoras de conteúdo do hobby (o seu canal no Youtube possui hoje cerca de 250 mil assinantes) e o seu líder, Tom Vasel, é uma das figuras mais conhecidas do hobby. Seus reviews são objetivos e normalmente bem justificados.
Eu quero deixar claro que adoro a Dice Tower e respeito muito Tom Vasel. Acho o conteúdo que eles fazem sensacional, são uma força que empurra o Hobby para a frente. Mas, nada na vida é perfeito e um dos seus defeitos é inundar a internet com vídeos de top10, top100 e rankings de todo o tipo. Sendo influentes como são, isso irradia para todos os demais criadores de conteúdo do mundo, fazendo com que todos se percam na vertigem das listas.
Eu entendo porque eles fazem isso. Rankings são um excelente formato para o Youtube. Permite-se que diversos jogos sejam apresentados e discutidos de forma relativamente rápida, com uma narrativa crescente (à medida que se chega ao topo do ranking).
E reconheço que Vasel se preocupa em fazer todo o tipo de disclaimer. Ele explica os critérios que utilizou, bem como seus convidados (quase nunca são os mesmos) e zoa as indicações do colegas (e eles as suas). Me parece claro que todos ali entendem que rankings nada mais são do que escolhas pessoais feitas de uma maneira muito subjetiva.
Mas eu temo que esses disclaimers caiam em ouvidos moucos. A maior parte das pessoas parece acreditar seriamente em rankings e brigar por isso.
Chega a ser ridículo às campanhas para dar nota 1 em jogos da Stonemaier em pré-lançamento visando contrabalançar os empolgados que vão lá e dão nota 10 para um jogo do qual souberam através de um vídeo do Jamey Stagmeier fazendo o que faz como ninguém (promover jogos de tabuleiro). Essas pessoas esperam de um ranking feito por pessoas algo que não nunca poderá ser. Isento de paixões.
Mais importante do que a nota que um jogo recebe são os argumentos de quem está dando a nota. Se a pessoa faz uma avaliação sincera, cuidadosa, mesmo que o gosto dela não seja igual ao seu, você consegue ter uma noção se aquele jogo pode lhe agradar ou não.
Porém, é fato que, no início do hobby, isso talvez seja um pouco difícil. Você ainda conhece poucos jogos, quer conhecer jogos novos, e a tendência é tentar ver quais são os melhores. E aí você acabará chegando no BGG (ou na Ludopedia).
Dissecando o Ranking do BGG
Sim, essas são minhas notas para o top 7 do BGG
O BGG sabiamente sai pela tangente do problema de criar uma avaliação objetiva. Simplesmente eles sugerem uma escala que basicamente representa “o quanto você quer jogar esse jogo (assumindo que você já jogou uma vez)”.
Uma nota 8 no BGG quer dizer “Muito bom. Gostei de Jogar e o sugiro como opção para uma nova jogatina”, enquanto uma nota 6 quer dizer “OK, jogo de novo se estiver num bom dia para isso”.
Eles se preocupam em dar um tratamento estatístico para regredir à média jogos que foram relativamente pouco avaliados. Mas não tem quesitos. Você não vai comparar Dixit com Brass. Você apenas vai dizer o quanto gostaria de jogá-los de novo.
Essa é uma comparação razoável de se fazer. Agora, eu lhe pergunto: é assim que você dá nota? A minha impressão é que a resposta é, na maioria dos casos, “não”.
Fiz algumas análises e percebi as seguintes tendências:
- Jogos curtos não tem vez: Apenas 4 jogos com duração de até 60 minutos aparecem no Ranking (na verdade 2, porque Pandemic Legacy 1 e 2 são jogos de 20 horas divididos em capítulos – 7 Wonders Duel e Azul são as nobres exceções).
- 3 ou mais jogadores: Apenas 2 jogos limitados a duas pessoas fazem o top 50 (Twilight Struggle e 7W Duel). Sim, eu poderia considerar o Rebellion, mas ele possui um modo oficial para 3 e 4 pessoas. Mas não acho que mude a análise.
- Alta Complexidade: 40 jogos do top 50 tem nota de complexidade 3 ou maior (numa escala de 1 a 5). Apenas UM jogo com nota de 1 a 2 faz a lista (Azul).
- Estratégia: 41 jogos do top 50 são classificados como “Jogos de Estratégia”, enquanto apenas 3 aparecem como “Jogos Familiares” (Azul, Everdell e Wingspan).
Se alguém vê apenas essa lista, entende que a média dos jogadores que usam o BGG tem larga preferência por jogos longos, estratégicos, para 3 ou mais pessoas e de complexidade média para alta.
Não cabe aqui questionar o valor dos jogos que compõem o ranking. Eles são excelentes. A minha pergunta é: será que o hobby dos jogos de tabuleiro é representado apenas por esse tipo de experiência? Eles representam a experiência do hobby em toda sua variedade? Eles representam a média do que se joga realmente?
Aparentemente, a resposta é “não”. Segundo uma análise publicada no próprio BGG, apenas 15 dos top 50 aparecem no top50 de mais jogados em agosto de 2020, com clara tendência para jogos mais leves e familiares.
Isto é, os “melhores” jogos não são, necessariamente, os “mais jogados”. Eu tentei buscar dados de venda de jogos, mas não consegui. Se alguém possuí-los e puder me mandar, faço um texto atualizando a informação.
Eu não tenho dados para discutir os reais motivos dessa aparente dissonância entre “ideal” e “realidade”. Mas encontro eco na minha própria experiência. Minha estante está cheia de jogos bem ranqueados ou elogiados que passam o ano tomando poeira enquanto jogos menos reconhecidos vão para a mesa toda hora.
E, como veremos na conclusão, tenho uma opinião sobre o que pode explicar, ao menos em parte esse fenômeno.
Let the treta begin…
Listas e rankings são ótimas ferramentas para se organizar o conhecimento e entender as preferências das pessoas. Mas podem ter influência negativa se eles são vítimas de algum tipo de influência de grupos específicos
É duro dizer, mas existe um certo elitismo no hobby. Não tem nada a ver com classe social, raça ou gênero, mas sim com o que seria um gosto mais “refinado”, por jogos estratégicos, que não dependem de sorte. O pessoal que assim pensa trata todos os jogos que não oferecem esse tipo de experiências pertencentes a castas inferiores. E, se você não pensa assim, “é porque conheceu poucos jogos”.
Na minha opinião, esse tipo de preconceito cria uma espécie de “patrulha politicamente correta” sobre a avaliação de jogos de menos peso ou tempo de jogo.
As pessoas que começam a frequentar círculos de jogos mais sérios se influenciam por essa patota que discrimina jogos mais leves e começa a avaliar de acordo com o critério da patrulha. Mesmo que jogue outras coisas no dia-a-dia e que eventualmente até às prefira.
Por exemplo, é comum em lives sobre euros a pessoa tomar inúmeros cuidados com as palavras para fazer uma crítica qualquer a jogos como o Projeto Gaia e ainda assim ser trollado (ainda que de forma amistosa) pelos demais participantes ou pelo chat.
É importante esclarecer que eu não escrevi esse artigo por achar que os jogos que formam o topo do ranking são ruins ou sobreavaliados. A maioria deles é muito boa, merece notas altas que recebem.
O meu ponto é que se o hobby dos jogos de tabuleiro é sobre a diversidade dos mesmos, o ranking deveria ser menos enviesado do que é para jogos mais pesados. Existem jogos de menos peso e tempo de jogo que geram experiências tão boas ou até melhores que os jogos pesados. E isso não aparece nos rankings.
Será que não conseguimos reconhecer que existem os “açafrões”, que apesar de leves, são extremamente valiosos”?
Eu considero que, por exemplo, Azul e Wingspan (que nem é tão leve assim), apesar de estarem nos rankings, são subavaliados. Dado a quantidade de cópias que vendem e de partidas registradas, suas notas deveriam ser mais altas (levando que o principal critério do BGG é “intenção e vontade de jogar”).
Vejo alguns geradores de conteúdo vem saindo dessa “bolha”. O Renato Simões fez o “top da diversão”, que continha diversos jogos que saiam do padrão típico (e, quem diria, recebeu críticas por isso).
Talvez esse tipo de comportamento explique o eleitorado alemão do Spiel des Jahres ter dado uma guinada violenta a favor de jogos mais simples. Eu até acho que erraram na dose (“Só Uma” e “Pictures” como melhores jogos de 2019 e 2020? É duro de justificar).
Mas talvez eles queiram resgatar uma mensagem de que jogos tem que oferecer experiências variadas.
A idéia é que o ranking pudesse dar conta das melhores experiências que o hobby pode proporcionar a todos e não apenas aos jogadores experientes.
Referências:
Top50 do BGG – https://boardgamegeek.com/browse/boardgame
Top50 most played (August 2020) – https://www.boardgamegeek.com/geeklist/276605/bgg-top-50-most-played-august-2020
Dice Tower – https://www.dicetower.com/content/about-dice-tower
Eduardo Vieira é analista de sistemas, e participa do Hobby desde 2018, mas vem tentando descontar o tempo perdido! É casado, mora no Rio de Janeiro e vive reclamando que não tem parceiros para jogar tudo que compra!
Ótimo texto, só esqueceu de mencionar que os rankings mostram uma coisa que poucos falam: popularidade. Isso faz que jogos mais hypados entrem no topo rapidamente, enquanto jogos realmente muito bons e pouco conhecidos recebem poucas notas e ficam em posições bem obscuras no ranking.
Pedro,
Na verdade existe um mecanismo para evitar que jogos com poucas avaliações tenham notas muito acima (ou abaixo) da média.
Rankings são a soma de preferências subjetivas. Com certeza ser um jogo conhecido acaba sendo um fator sim.
Quando eu comecei o artigo, só ia falar da questão da subjetividade e do temor de que sejam levados a sério demais, uma vez que é o tipo de conteúdo mais frequente nas mídias de boardgames.
Quando analisei o ranking e percebi o bias em relação ao peso, tive que mudar o texto todo para falar disso, porque me pareceu bem relevante. Aí entrei na questão do elitismo dos gamers em relação aos jogos mais acessíveis (coisa que eu já percebia a olho nu).
No mais, obrigado pelo feedback e pela contribuição.
Sds,
Eduardo
Ótimo texto, parabéns! Realmente esses não se pode levar a ferro e fogo os rankings. O gosto do q é bom ou ruim é muito relativo.
Obrigado pelo feedback, Thiago!
Excelente texto, acredito que esse viés para jogos euro e mais pesados nos rankings seja pelo fato do público que gosta desses jogos ser mais engajada em dar notas para os mesmos. Seja porque gostou muito do jogo realmente ou até para aquele jogo favorito subir mais no ranking. No fim o ranking mede a popularidade entre as pessoas que têm o trabalho de se inscrever no site e dar notas aos jogos.
Akira,
Sim, acho que você pegou o ponto principal: o pessoal mais engajado acaba que cria os rankings à sua forma e semelhança.
Eu sempre acho que os argumentos que alguem dá sobre o que achou de um jogo mais importantes do que a nota. O objetivo é saber se o jogo é bom para você, dentro de um determinada circunstância!
Sds,
Eduardo
A comunidade é desagradável em vários aspectos, inclusive neste, a ponto de algumas pessoas se valerem de um ranking público (Ludopedia e BGG) como argumento para “provar” que o jogo queridinho deles é superior ao nosso. Esse é só mais um dos fatores que me afastam a cada dia.
Em tempo, gostaria de elogiar novamente o seu texto. Gostei da maneira como você contemplou o fascínio que todos temos pelos rankings, e encaixou-o perfeitamente no contexto dos jogos de tabuleiro.
Gostei também da abordagem sobre elitização, que é um problema que sempre me incomodou na comunidade. Pra quem acha que a rixa “eurogames x ameritrashs” acabou, tenho uma má notícia. Ainda existem soldados lutando nessa guerra, com vontade de ferro, colocando seus jogos “dice free” à frente de tudo e de todos. Sim, de todos. Pra essas pessoas, os jogos são mais importantes do que as pessoas em volta da mesa.
Fabs,
Por mais bem bolados que sejam, os jogos são apenas um meio para nossa diversão e sociabilidade. Eles nunca deveriam ser, em si, mais importantes do que as pessoas que estão na mesa.
É uma pena que tanta gente se perca o essencial em troca de uma disputa idiota: “o meu brinquedo é melhor que o seu”.
Fico feliz que os “pontos de dor” que eu percebo em mim mesmo encontram eco em mais gente!
Apareça mais! Você faz falta!
Eduardo
Rapaz, tem como colocar o link do Top da Diversão do Renato Simões? Procurei no goggle e não achei.
São varios videos, tem que procurar no canal do covil no youtube
Texto primoroso. Como sempre.
Tenho a comentar que além das duas tribos já citadas, a dos boardgamers e a dos enxadristas, existe uma terceira, minúscula até em termos mundiais: a dos entusiastas das variantes de xadrez. São pessoas que curtem a diversidade de experiências, mas continuam a ser enxadristas em todos os outros aspectos. Seu grande ponto de encontro é o site Chess Variants. ( https://www.chessvariants.com ) E por ele se percebe o quanto essa comunidade é pequena.* E também pela quantidade de downloads dos aplicativos de variantes de xadrez na Play Store do Android.
* Mas me incluo nela. Então não poderia deixar de citar.
PS: Inclusive é outra comunidade que gosta de rankings.
Alguns anos depois de postado caí aqui e… parabéns, que texto bem escrito. Compartilho as mesmas ideias e não poderia expor com mais clareza.
Obrigado pelo comentário, Mateus!
Acho que esse é realmente um dos melhores textos que escrevi.
Sds,
Eduardo