Faaaala Povo! Como estão todos vocês? Espero que bem! Já estava a um bom tempo sem escrever algo aqui no nosso Bloco do Block, mas como prometido, hoje venho falar sobre um dos meus jogos preferidos que é o Mombasa! Um jogo do meu Parça Alexander Pfister(para os íntimos, Alex Pparça). Espero que gostem!

História do Jogo: Texto do Manual.
“Em Mombasa, jogadores adquirem ações de companhias de comércio baseadas em Mombasa, Cape Town, SaintLouis e Cairo e espalham suas feitorias através do continente Africano em busca de ganhar mais dinheiro.
Companhias de Comércio foram associações formadas com o propósito de explorar, comercializar e colonizar,
que as ligavam intrinsecamente a um capítulo negro na história humana: o colonialismo global. Este período se
iniciou a partir do século 15 ao meio do século 20 e está associado com exploração e escravidão.
Contudo, Mombasa é vagamente enquadrado neste período de tempo, e não é uma simulação histórica. É um
jogo de estratégia com foco econômico que se refere a categorias históricas e colocá-los em um ambiente ficcional.
A exploração do continente Africano e de seu povo não é explicitamente representado no jogo.”
Resumo das Regras do Jogo:
Em Mombasa os jogadores vão disputar e adquirir ações de companhias representadas por: Mombasa, Cape Town, Saint-Louis e Cairo e expandi-las ao longo do continente Africano
O jogo possui 4 trilhas, cada uma delas representando uma das companhias. Ao avançar, gastando seus bens em cada uma das trilhas o jogador aumenta a quantidade de ações que possui daquela determinada companhia.

E ao expandir os postos comerciais das companhias o jogador aumenta o valor de cada ação da respectiva companhia.

Mas como você expande ou realiza as ações em Mombasa? Pois bem, o jogo possui várias mecânicas, são elas: Ação Programada, Construção de baralho, Gerenciamento de mão, Alocação de trabalhadores, Ação simultânea, Influência de área e Investimento.
Através das cartas que os jogadores possuem em sua mão e dos marcadores de ação bônus os jogadores determinam suas ações até que todos passem.
As cartas são usadas em seu tabuleiro individual, começando a partida com 3 espaços disponíveis para cartas, os jogadores devem colocar em cada espaço uma carta virada para baixo , simultaneamente após todos colocarem, as revelarem. Assim a partir do primeiro jogador ir resolvendo as cartas e também os marcadores de ação bônus.

Existem basicamente 5 tipos de cartas:
Cartas de Bens: Podem ser usadas para adquirir novas cartas disponíveis na vitrine do tabuleiro central ou para avançar em uma das 4 trilhas das companhias. Adquirir novas cartas é uma ação importante, pois são cartas que vão diretamente para sua mão, ficando disponíveis na próxima rodada, além de geralmente serem mais fortes do que as iniciais. Na vitrine também possui algumas cartas de Ação de companhia, que geralmente são as mais disputadas, pois elas vão valer como uma ação no fim de jogo também.
Cartas de expansão: São usadas para expandir os postos comerciais de uma companhia a escolha do jogador. Assim valorizando suas ações e recebendo benefícios do mapa.
Cartas de Escriturário: Com elas você pode pagar um custo e virar um livro em sua trilha de escrituração. Avançar nesta mesma trilha através dos livros de escrituração, sempre verificando se você possui os requisitos para o avanço e por ultimo usar os pontos de escrituração descritos nas cartas para adquirir novos livros.
Cartas de Mercador de Diamantes: Essas cartas são usadas para avançar a trilha de diamantes, receber alguma moeda e ainda avançar mais na trilha de diamantes se possuir o requisito de expansão da determinada companhia.
Cartas de Ação de Companhia: Essas cartas contam como 1 ação da companhia descrita.

Os marcadores de ação bônus, podem ser usados nos espaços determinados, com uma alocação. Assim os jogadores pagam o custo se requerido e recebem o beneficio.

As ações e os bônus adquiridos ao realiza-las, podem fazer você avançar na trilha de diamantes, assim te dando uma pontuação ao final do jogo, além de em determinado ponto da trilha liberar mais um espaço para colocar mais uma carta no seu planejamento de ações.
Há também a trilha de escrituração, que ao longo de seu avanço vai te conceder pontos no fim de jogo, alguns benefícios e como na trilha de diamantes em determinado local, liberando um novo espaço para carta no planejamento de ações.

Os jogadores vão alternando seus turnos até que todos tenham passado e assim inicia-se uma nova rodada. Após o término da 7 rodada, os jogadores fazem a pontuação final de jogo.
Review:
Bom, após um breve resumo, para se ter uma noção do jogo, vamos ao que achei do Mombasa. Foi um jogo que me surpreendeu bastante, pois é um jogo médio para pesado e foi conhecendo Mombasa, que logo o meu Parça(Alex) se tornou um dos meus designers favoritos.
A quantidade de mecânicas que ele colocou no jogo e fez com que todas tenham uma grande sinergia é surpreendente! Confesso que quando foram me explicado as regras, achei que seria cansativo. Mas o jogo se mostrou exatamente o contrário. Ele me desafiou muito. Após várias partidas ficava com vontade de joga-lo novamente, esse é o tipo de jogo que você demora para dominá-lo e desenvolver uma estratégia vencedora.
O que aliás é um mérito do jogo, diferente de alguns euros que possuem uma certa estratégia já “pré-definida”, em Mombasa eu não consegui perceber isso, você tem que se adaptar as companhias de acordo com seus avanços.

Pra mim, o que mais me brilhou os olhos e acho que foi a grande sacada do Pfister, é a ação programada. Ao selecionar as cartas de sua ação atual, quando você termina o turno, essas cartas vão para a parte superior do tabuleiro individual que é o descarte. Sempre na mesma coluna, ou seja, você tem 3 fileiras de ação (isso inicialmente, pode ser expandido até 5 espaços) e quando elas vão para o descarte, elas vão separadas nas mesmas fileiras. Assim, você possui 3 “montes” de descarte, que a cada começo de rodada você escolhe um, para voltar para sua mão. Isso faz com que você além de planejar a ação, tenha que planejar em qual fileira de descarte, cada carta vai. Pois se ao escolher um monte para retornar á sua mão e o mesmo estiver com cartas não muito boas, suas rodadas futuras, serão de ações bem fracas. Dessa forma o planejamento precisa ser bem concentrado. Pois o jogo nesse quesito pode te punir bastante, já que você quer sempre maximizar suas ações, usando geralmente cartas do mesmo tipo.

Além da ação programada a influência de área também é muito legal, já que todas as 4 companhias querem expandir no mesmo território, você sempre acaba se esbarrando com postos comerciais de uma outra companhia, assim você paga um custo a mais de movimento e remove o posto comercial da outra companhia. Então fica uma espécie de cabo de guerra, o que torna uma interação entre os jogadores bem direta. Por tanto você não deve mostrar logo no inicio qual companhia você deseja que se expanda mais, evitando assim que os jogadores não te marquem nessa companhia.

Usando uma comparação ao Tapestry, já que os dois possuem 4 trilhas para serem avançadas. É mais ou menos o mesmo sentido, você deve focar em no máximo duas das trilhas para avançar bastante. Já que dificilmente você conseguirá chegar ao final das 4. Em cada trilha existe algumas habilidades que você desbloqueia, algumas delas podem ser passivas, assim realizando sempre que ativar o gatilho determinado nessa habilidade. Se manter a frente das trilhas também é muito importante, já que em alguns pontos você recebe moedas por alcançá-lo. E assim todo outro jogador que também alcançar esse ponto, fará com que além dele, você também receba o bônus novamente.

Temos também as duas trilhas do tabuleiro individual, que não devem ser esquecidas, pois quando avançadas, rendem bastante pontos ao final da partida. Além é claro de desbloquear novos espaços para cartas de ação.
E não posso deixar de citar o deckbuilding, uma das mecânicas que mais gosto,em Mombasa você deve a todo momento de olho, pois as cartas vão sempre potencializar suas ações, além de algumas delas, possuírem alguma ação de companhia, aumentando a sua pontuação final de jogo.

Pois bem, vocês devem estar pensando, mas Jean, você falou bem de praticamente todas as mecânicas do jogo! Sim, falei e só não vou falar mais pra não me alongar, pois ainda possui a alocação que também é um ponto alto do jogo.
Mombasa, requer bastante concentração dos jogadores, pois um planejamento errado, pode fazer com que você perca o jogo. É um jogo que você precisará de no mínimo umas 4 partidas para entender ele completamente.
Eu queria jogá-lo mais vezes, mas os lançamentos e agora a pandemia, me impedem no momento. Mas apesar de ser um jogo lançado a algum tempo, não sai dos meus preferidos. São poucos os jogos que me enchem os olhos, como Mombasa fez. Aliás, os jogos do Pfister, sempre me enchem os olhos, cada um me surpreende de uma forma diferente.
Mombasa não é um jogo para iniciantes no hobby, é um jogo que pode te assustar de inicio, mas que logo você se identifica com a iconografia e o jogo flui. Mas criar uma estratégia no meio de tantas mecânicas que é o desafio real do jogo. Nas primeiras partidas, eu queria fazer de tudo um pouco, até ver que dessa forma, dificilmente eu venceria! É um jogo que requer bastante planejamento, atenção e um pouco de adaptação. Já que as companhias ficam em cabo de guerra.
Se você ainda não conhece Mombasa, eu recomendo que assim que possível, jogue-o. E já te adianto, vai na fé que você não vai parar em apenas uma partida! Mombasa é difícil de não agradar, o jogo possui várias mecânicas, atingindo o gosto de quase todos. E por incrível que pareça, essa quantidade de mecânicas não estão ali uma mais evidente que a outra. Todas trabalham em quase perfeita sinergia.
E falta obviamente falarmos da arte e componentes. Os componentes são de muito boa qualidade. Não consegui identificar nada que não me agradasse. A arte é uma arte OK! Nada demais, mas também nada de menos. 😀 a iconografia está bem evidente, como disse, pode assustar um pouco no começo com a quantidade de informações nos tabuleiros, mas logo tudo fica bem nítido na cabeça e o jogo flui tranquilamente.

Pra mim Mombasa está entre os melhores jogos que já joguei, tanto que coloquei ele na posição 14 do meu top100. Só não está mais a frente, pois jogamos ele até gravar um gameplay e depois não o jogamos mais. Mas você deve estar se perguntando, não tem gameplay dele no Covil! Correto, deu alguns problemas na gravação e perdemos ela. Mas se fosse um jogo que eu jogasse com alguma frequência, certamente estaria melhor elencado.
-Pontos Fortes: O planejamento de ações, foi o que me deixou apaixonado pelo jogo. O sistema de planejar e descarte é fantástico.
-Pontos Fracos: Como um bom Euro, o tema não se faz presente, mas aqui estou caçando pelo em ovo 😛
“Mas Jean se ele vale um 5 deveria estar realmente melhor elencado nos seus Tops!” lembro como falei no meu Top100, os jogos estão elencados, nem sempre por sua nota, mas sim pela quantidade de partidas e a experiência que as partidas me trouxeram. Apesar de ser um baita jogo, faz muito tempo que não o jogo. Mas sempre será lembrado por mim. É o que sempre dizíamos nos vídeos, gerar conteúdo nem sempre é jogar o que a gente quer. Um abraço e até o nosso próximo texto!
Ficha Técnica:
- Idade 12 +
- 30 min
- 2 a 4 jogadores
- Jogo Estratégico/Economia/Produção
Designer : Alexander Pfister
Editora : Meeple BR, Eggertspiele
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Avaliações
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Jean
Ta aí um jogo que eu quero muito conhecer!
O GWT eu joguei e não curti tanto. Esse me parece mais bacana!
Eu gosto muito do GWT, mas Mombasa está mais a frente que ele pra mim! Um abraço e valeu por ter lido o texto.