Faaaaaala, fabulosas e fabulosos! Aqui é o Fabs!! Para estrear a minha coluna aqui no site do Covil eu resolvi escrever um pouco sobre a minha relação atual com o hobby diante das mudanças comportamentais que fui obrigado a adotar. Mas muito além disso, quero compartilhar com vocês as nuances dessa adaptação que acabou resultando na formação de um novo grupo e uma nova maneira de encarar os jogos. Espero que vocês se identifiquem com o conteúdo e que as minhas experiências possam ajudá-los de alguma maneira! Sem mais delongas, vamos lá!
O principal aspecto que eu levo em consideração antes de adquirir um jogo novo são os meus grupos, ou seja, as pessoas com quem eu jogo. Enquanto aprendo as regras através de vídeos ou manuais, me pego sorrindo involuntariamente imaginando como cada um dos meus amigos de jogatina vai se comportar dentro daquele conjuntinho de regras. Pode soar estranho, mas em cada um dos meus jogos eu vejo os rostos dos meus amigos, seja por uma boa lembrança envolvendo aquele jogo específico ou porque esses amigos foram a razão pela qual aquela caixa colorida está na minha estante.
Porém, em tempos em que nós precisamos nos manter isolados, o aspecto socializador dos jogos se viu ferozmente ameaçado. Pessoas se questionaram sobre os jogos que ficariam parados na estante, sobre os jogos que haviam sido comprados há poucos dias e estavam a caminho, sobre os eventos e convenções, enfim, muitos de nós sentimos como se o hobby tivesse se partido.
Felizmente, vivemos na era da tecnologia e a comunidade está se adaptando rapidamente à nossa nova realidade, mesmo que temporariamente. Sobre isso, recomendo a leitura de dois artigos aqui do site:
- Jogos de tabuleiro e a pandemia – por Jean Lopes; e
- RPG em tempos de quarentena – por Douglas Fernandes.
Minha intenção aqui não é analisar como a comunidade se reinventou, mas sim, num âmbito mais específico, relatar a minha experiência individual.
Uma nova esperança
Não vou negar que ouvi as trombetas do apocalipse tocando enquanto olhava para a minha coleção no início da pandemia e que a ideia de ficar meses sem jogar me causava arrepios. Mas ali, diante dos meus olhos, naquele cantinho escuro do armário estava a chave que viria reverter a situação: Timeline.
Farei uma breve descrição do Timeline, pois ele foi a porta de entrada do hobby para as duas pessoas que eu mais amo nesse mundo: os meus pais. Foi ali, em meio às risadas e discussões sobre datas que se iniciou a nossa saga dos jogos em família.
Timeline é uma série de pequenos jogos, cada um com um tema, lançada aqui no Brasil pela editora Galápagos Jogos. Cada jogo é composto por 55 cartas relativas àquele tema. Cada carta mostra um acontecimento ou marco histórico, e, no verso, o ano em que aquilo ocorreu. Cada jogador recebe quatro cartas e tem como objetivo ser o primeiro a se livrar de todas elas (olá UNO). Vale ressaltar que os jogadores não podem olhar o verso das suas cartas onde está indicado o ano do acontecimento.
Para jogar uma carta, o jogador deve posicioná-la numa linha do tempo formada no centro da mesa inicialmente a partir de uma carta aleatória aberta do baralho com a data revelada. Se o jogador posicionar a carta corretamente (em ordem cronológica), ele passa a vez e a carta jogada passa a fazer parte da linha do tempo forçando o próximo jogador a ser mais preciso no seu palpite. O jogo segue até que um dos jogadores fique sem cartas.
Como foi a experiência com Timeline?
Pelo fato de soar mais como uma atividade do que como um jogo, Timeline é acessível a jogadores de qualquer idade (obviamente as crianças não vão desfrutar tanto da diversão como os adultos, porém vale a tentativa). Pros meus pais, o jogo funcionou muito bem, fazendo-os recordar dos tempos de criança quando ouviram rumores sobre aquele acontecimento.
O ápice das jogatinas de timeline aqui em casa, foi quando eles acertaram, juntos, a data aproximada de um filme por coincidir com a época em que eles estavam começando a namorar. Esse é o efeito que Timeline causa nas pessoas, sobretudo naqueles que tem acima de 60 anos: Revirar as memórias, querer ajudar o outro mesmo sendo um jogo competitivo, contar curiosidades relativas àquele acontecimento, compartilhar histórias de vida.
Nós começamos a jogá-lo cooperativamente depois desse acontecimento. Nós estabelecemos um limite de erros que poderíamos cometer (cinco) e discutíamos onde cada carta deveria ser jogada. Essa variante funcionou muito bem e nos divertimos muito, cada um contribuindo como podia.
Outro ponto forte do jogo é a diversidade de temas. Há poucos meses eu descobri que existia uma versão do jogo com 110 cartas, sendo 55 sobre música e 55 sobre cinema. São dois temas perfeitos para o nosso novo grupinho, pois meus pais além de amarem cinema, foram donos de uma pequena discoteca aqui na cidade por mais de 20 anos. O único obstáculo foi conseguir uma cópia desse jogo, pois está fora de catálogo em quase todos os países, exceto na Itália. Felizmente consegui comprar uma cópia em inglês de um jogador do RJ que acabou me custando muitos reais, mas valeu cada centavo e sou muito grato por ele ter aceitado a minha proposta.
Outro ponto positivo no Timeline é que tem vídeo no Covil! Você poderá ver o funcionamento do jogo e avaliar se ele será um sucesso no seu grupo! No vídeo abaixo você se sentirá jogando com a Karine e o Paulo:
“Isso é pra vocês que são jovens”
Um grande obstáculo que tive ao trazê-los para o hobby foi desconstruir o preconceito de que os jogos são complicados, difíceis, demorados ou, nas palavras deles, “coisa para quem é novo e tá com a cabeça boa”.
Confesso que dizer que os meus jogos são complicados é quase uma ofensa (risos). Eu sempre me gabo de ter um acervo de jogos super acessíveis, em sua maioria jogos de entrada e familiares! A partir daí virou questão de honra desmistificar o mundo dos jogos de tabuleiro para eles!
Bem, vou parando por aqui pois o texto já está mais longo do que eu planejei. Timeline se provou uma ótima porta de entrada para o hobby e nos próximos posts vou relatar as minhas experiências com outros jogos, o novo rumo que a minha coleção tomou e como os meus pais se tornaram os novos rostos que vejo ao olhar para todas aquelas caixinhas coloridas na estante ^^
Um forte abraço!
Que belo inicio nesta trajetoria Fabulosa! Parabens Fabs!
Hahaha! Muito obrigado Phil! Espero que tenha curtido!
Adorei, Palestrinha fabulosx! Esse jogo já é um dos meus queridinhos tbm.
Fica de olho que qualquer dia você vai aparecer por aqui, hein!?
Boa Fabs! Jogo bom é aquele que diverte você e seu grupo! O resto é balela ! Parabéns pelo post! Vou deixando meu 👍🏻🐶! 😉
Valeu, Sergio!! Acho que vai ser bacana ir registrando os primeiros passos dos meus pais no hobby!
Fabs, excelente texto como disse peguei até uma xícara de café para degustar. Já ansioso para os próximos textos!
Forte Abraço!
Muito obrigado, Rodrigo!!! Fico muito feliz por você ter lido e curtido!!!
Um forte abraço!
Parabéns pela Postagem Fabs! A maneira como a pandemia instalou-se em nosso cotidiano, está exigindo reflexões e adaptações diariamente. Sou um entusiasta dos jogos analógicos, mas não alimento vícios ou “hypes”, o importante em minha concepção é a experiência, é o despertar das sensações (cognitivo, emocional, superação) nos outros jogadores. É possível encontrar beleza em jogos simples e nos jogos complexos. Em Timeline, você deu um excelente exemplo, do poder transformador dos jogos. Também passo pela mesma situação, minha família não é muito ligada ao jogos, e sempre quando penso em comprar jogos, separo um em que os imagino jogando, exemplo “Kingdomino” ou “Lhama” (Minha namorada é viciou-se). As vezes, o hobby nos leva para alguns esteriótipos que não contribuem para reaproximação e inserção de novos jogadores. Parabéns pelo site e pela postagem, inspirador.
Valeu pelo comentário, João!
Essa sensação de ver as pessoas se maravilhando com as novidades que apresentamos é incrível, né!? Eu sinto como se fosse eu mesmo, ali, deslumbrado com as novidades quando entrei no hobby. Trazer pessoas novas nos permite revisitar essas sensações!
Você tocou num ponto interessantíssimo: a convivência nos grupos do hobby nos traz uma ideia de que existe uma progressão natural dos jogadores, sendo que os jogos de entrada serviriam somente pra essa finalidade e o rumo natural dessa “evolução” seria chegar até os jogos pesadões.
Essas experiências, como você descreveu muito bem, são de fato o ápice daquilo que os jogos podem nos proporcionar, independente do tamanho da caixa e da categoria do jogo!
Um forte abraço!!
Curti demais! Onde deixo meu joinha aqui? rsrs… Parabéns, Fabs!!!
Dessotti, danadinho!! Obrigado por ler e por comentar, meu querido!
Abraço!!
Boa meu querido! Ainda terei todos os Tinelines na minha coleção. É um linha de jogos muito interesse que pode ser sair muito bem no meio educativo; que ensina muito bem de forma lúdica as datas de vários eventos históricos. Aliás, não só as datas, mas também sobre determinada invenção e acontecimento que muitas vezes nem temos conhecimento.
Salve, Diego! É isso mesmo! É incrível como o jogo desperta o interesse das pessoas ao redor! Boa sorte com a coleção dos Timelines, tem temas pra agradar todos os grupos!
Forte abraço!!